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Um Top 10 de Ettore Scola

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Ettore Scola 1024x768 Um Top 10 de Ettore ScolaO cineasta italiano Ettore Scola morreu em Roma, dia 19, aos 84 anos.

Scola dirigiu filmes extraordinários, mas de vez em quando exagerava na sacarina e tinha uma tendência ao melodramático (não aguento ver dez minutos de “O Baile”, por exemplo). Prefiro suas comédias mais realistas e “pé no chão”.

Aqui vão, em ordem cronológica, meus dez filmes prediletos de Scola:

Conseguirão Nossos Heróis Encontrar o Amigo Misteriosamente Desaparecido na África? (1968)
O impagável Alberto Sordi faz um rico industrial, entediado com a vida corporativa, que parte para a África em companhia de seu assistente (interpretado pelo engraçadíssimo Bernard Blier, pai do cineasta francês Bertrand Blier) para procurar um parente desaparecido. Engraçado demais. Para melhorar, se passa em Angola e os personagens africanos falam português.

Ciúme à Italiana (1970)
Qualquer filme reunindo Monica Vitti, Marcello Mastroianni e Giancarlo Giannini precisa ser visto. Esta comédia foi escrita pela dupla de roteiristas Age & Scarpelli.

Rocco Papaleo (1971)
Um filme estranho e bonito, escrito por Ruggero Maccari (autor de comédias clássicas do cinema italiano como “Aquele que Sabe Viver”, de Dino Risi), sobre um italiano simplório, interpretado por Marcello Mastroianni, que vai a Chicago ver uma luta de boxe e acaba se envolvendo com uma top model, vivida por Lauren Hutton. Saiu em DVD no Brasil recentemente.

A Mais Bela Noite da Minha Vida (1972)
Um filme diferente dentro do currículo de Scola. Trata-se de um drama sobre homens que se encontram em uma hospedaria numa noite, baseado no soturno conto “A Pane”, do suíço Friedrich Durrenmatt (li em inglês, com o título de “Traps”, e recomendo demais).

Nós que nos Amávamos Tanto (1974)
A nostalgia é um dos temas recorrentes do cinema de Scola, e aqui ele conta a história de três amigos (Vittorio Gassman, Nino Manfredi e Stefano Satta Flores) que lutam contra os nazistas e fascistas e depois se reencontram, muitos anos depois, para relembrar suas vidas. Outra colaboração de Scola com os roteiristas Age & Scarpelli.

Feios, Sujos e Malvados (1976)
Para mim, o melhor filme de Scola. Conta a vida de uma família de trambiqueiros que vive em uma favela na periferia de Roma. O clã é chefiado pelo incomparável Nino Manfredi. Co-escrito por Ruggero Maccari.

Um Dia Muito Especial (1977)
Scola sempre gostou de usar grandes momentos históricos como pano de fundo para contar pequenas histórias pessoais. Aqui, uma dona de casa (Sophia Loren) e um radialista (Mastroianni) que está prestes a ser deportado por ser homossexual e antifascista, estão praticamente sozinhos em um prédio, depois que todos os vizinhos saíram às ruas para ver o encontro entre Hitler e Mussolini, em 1938.

Casanova e a Revoução (1982)
Outra característica marcante de vários filmes de Scola é a presença dos protagonistas em um espaço confinado (um salão, um restaurante, etc.) Aqui, Mastroianni interpreta o conquistador (de mulheres, não de países) italiano Giacomo Casanova, que se encontra em uma carruagem (onde também estão Thomas Paine e Rétif de La Bretonne), durante a fuga de Louis XVI e Maria Antonieta de Paris, em 1791.

Macaroni (1985)
Está longe de ser uma das melhores comédias italianas, mas só por juntar Jack Lemmon e Marcello Mastroianni, merece ser vista.


Concorrência Desleal (2001)

Nos últimos 20 ou 30 anos, os filmes de Scola pareceram voltar aos temas e estilos preferidos do diretor: saudosismo, reuniões familiares, personagens que se reúnem para lembrar o passado, etc. “Concorrência Desleal” retoma o tema do fascismo que Scola já havia explorado em “Nós Que Nos Amávamos Tanto” e “Um Dia Muito Especial”, contando a história da disputa entre dois comerciantes – um católico e o outro judeu – em 1938.

P.S.: Devido à morte de Ettore Scola, adiantei o texto de quinta-feira. O blog volta com um texto inédito – sobre “Os Oito Odiados”, de Quentin Tarantino – na sexta. Até lá.

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