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Brasil recebe Death, pioneiros do punk

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A banda norte-americana Death desembarca no Brasil para três shows. Dias 4 e 5, com ingressos esgotados, toca no Sesc Belenzinho, em São Paulo, e dia 6 se apresenta no Rock Carnival Festival, em Curitiba.

A história do Death é incrível. Formada em Detroit, em 1973, por três irmãos negros, David, Danis e Bobby Hackney, fazia um som de garagem muito rápido e pesado, influenciado por Stooges, MC5 e The Who.

Os irmãos Hackney gravaram um disco em 1975, mas problemas pessoais e de relacionamento entre os irmãos deixaram o LP inédito por 34 anos. Pesou também o fato de nenhuma gravadora se interessar em lançar o disco de uma banda chamada “Morte”.

Nesse período, o compacto da faixa “Politicians in My Eyes”, prensado pela própria banda, circulou entre fãs de som pesado, que consideravam o Death precursores do punk. Escrevi sobre o Death aqui no blog, em 2013 (leia aqui).

Fiz uma entrevista rápida com o baixista e vocalista Bobby Hackney, que falou sobre a história da banda e a expectativa para os shows no Brasil:

- O que você espera dos shows por aqui? Vocês recebem muitas mensagens de fãs brasileiros?
- Muitas. Temos recebido muitas mensagens e pedidos para shows no Brasil. Não podemos esperar...

- Durante as mais de três décadas em que sua música ficou praticamente esquecida, você imaginou que um dia seriam redescobertos?
- Nosso irmão David previu isso, antes de partir para o outro lado (David morreu de câncer, em 2000). Mas ainda é uma surpresa para nós e, francamente, tem um quê de surreal.

- Quando você estava fazendo música com seus irmãos num quarto, nos anos 70, vocês tinham noção de como soavam à frente do seu tempo?
- Historiadores do rock dizem que antecipamos o som do punk em uns cinco anos. Quando estávamos fazendo música em Detroit nos 70, o termo “punk” era um xingamento. Se você chamasse alguém de punk, o resultado era um olho roxo ou um nariz sangrando, dependendo de sua habilidade para se defender.

bandcalleddeath Brasil recebe Death, pioneiros do punk

- Vocês tiveram ofertas de gravadoras interessadas em lançar seu disco, contanto que mudassem de nome (Clive Davis, chefão da Arista, ofereceu um contrato à banda). Vocês se arrependem de não ter mudado o nome da banda, como Davis sugeriu?
- De forma alguma. Temos muito orgulho do fato de nosso irmão David ter recusado todas as ofertas e nos mantido fiéis ao nome Death e à filosofia da banda.

- De que forma o documentário “A Band Called Death” e o lançamento de seu disco pela gravadora Drag City, em 2009, mudaram a vida da banda?
- Tanto o filme quanto o disco apresentaram nossa música e nossa história ao mundo. Os dois nos ajudaram a trilhar um caminho que nos tem levado a lugares do mundo que nunca esperaríamos conhecer.

- Apesar de o rock’n’roll ter se originado com artistas negros – Little Richard, Chuck Berry e tantos outros – é raro ver bandas de rock formadas por negros, com exceções de Bad Brains, Living Colour, Fishbone e algumas outras. Por que você acha que isso ocorre?
- Não podemos esquecer o fato de que havia grandes artistas negros fazendo rock nos anos 60 e 70, como Hendrix e The Chambers Brothers. Ao longo de nossa carreira, conhecemos muitas bandas de rock pesado formadas por negros, mas boa parte delas não teve a chance de mostrar seu talento. Mas acho que o maior obstáculo para nós sempre foi o nome, muito mais do que a cor de nossa pele.

- Como é o público de um show do Death hoje?

- Temos fãs de 8 a 80. O público do Death é formado por todas as gerações de rockers, desde os anos 60 até hoje, e nós amamos isso!

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