Quero acreditar que algum programador do SESC é leitor do blog.
Em julho de 2014, fiz um texto aqui sobre o grande guitarrista africano Bombino. Pouco mais de um ano depois, Bombino se apresentou no SESC Pinheiros.
Em fevereiro de 2015, escrevi que o Tinariwen, grande grupo Tuareg do Mali, faria shows no Chile e na Argentina, e lamentava o fato de nenhum promotor trazê-los ao Brasil. “Onde está o SESC nessas horas, não é mesmo?”, dizia o texto.
Demorou um pouco, mas alguém do SESC parece ter se mexido, já que o Tinariwen chega ao Brasil para três shows, dias 24 e 25 de março no SESC Vila Mariana, e dia 26 de março na Fundição Progresso, no Rio. Será a segunda passagem do grupo pelo Brasil, depois de uma turnê em 2011.
O Tinariwen, cujo nome quer dizer “desertos”, é uma banda de músicos Tuaregs do norte da África. O som mistura guitarras, percussão africana e ritmos árabes e norte-africanos. É uma música hipnotizante, quase um mantra, muito bonita e emotiva.
O grupo foi formado há mais de 30 anos e tem seis LPs de estúdio. O último, “Emmaar” (2014), foi o primeiro disco do Tinariwen gravado fora da África. Segundo o site da banda, os músicos tiveram de fugir do Mali depois de uma rebelião, na qual militantes islâmicos teriam sequestrado um integrante do grupo, e acabaram gravando nos Estados Unidos. O disco tem participação de alguns músicos americanos, como o atual guitarrista do Red Hot Chili Peppers, Josh Klinghoffer.
No fim de 2015, o Tinariwen lançou “Live in Paris 2014”, gravado ao vivo em Paris. O disco é absolutamente fantástico. Aqui vai “Tinde Final Tinariwen”, com a participação da cantora argelina Lalla Badi:
Nunca vi o Tinariwen ao vivo, mas a julgar por “Live in Paris 2014”, deve ser imperdível.
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