“A questão não é se o deslizamento vai acontecer, mas quando. O desastre ali é iminente.”
A afirmação é de Artur José, engenheiro auxiliar do escritório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Angra dos Reis, e se refere a um trecho da estrada Rio-Santos na altura do km 569,5, próximo à cidade de Paraty.
Há cerca de quatro semanas, parte da encosta do morro cedeu, destruindo um muro de contenção feito em 2004. Uma pista foi totalmente bloqueada, forçando motoristas a usar o acostamento para passar pelo trecho.
Desde então, o escritório do DNIT em Angra vem solicitando à sede do Rio que declare situação de emergência no local, mas o DNIT ainda não se mexeu. E faltam duas semanas para o Natal, época de chuvas e estradas lotadas.
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A fotografia acima não dá a real dimensão do perigo que um deslizamento ali representa. Uma imagem aérea mostraria que tudo que separa um morro inteiro de uma pequena comunidade praiana – Barra do Corumbê – são as duas pistas da Rio-Santos.
“Quando o morro cair, só vai parar na água, vai ser que nem em 86” diz Artur José, lembrando um desastre ocorrido em 1986, quando um morro deslizou na altura do km 522, próximo à usina de Angra dos Reis, causando mortes e destruição.
Como pode um escritório do departamento responsável pela infraestrutura das estradas brasileiras avisar por quase um mês à chefia estadual que um desastre está prestes a acontecer, e nada ser feito? Tudo que o DNIT fez até agora foi colocar cones na estrada.
Até para quem está acostumado aos constantes deslizamentos e obras da Rio-Santos, o cenário do km 569,5 é assustador. A impressão é de que o morro inteiro pode despencar a qualquer momento. E não será por falta de aviso que o DNIT não vai se mexer.
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