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MÚSICA PARA LER

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1973banner MÚSICA PARA LER

Impressionante a quantidade de livros sobre música lançados no Brasil recentemente. De biografias do Motörhead a entrevistas com Jimmy Page, passando por livros sobre Ronnie Von e um volume de fotos da Pitty, tem para todos os gostos.

Dois dos lançamentos mais interessantes são trabalhos coletivos, compostos de ensaios sobre discos e artistas. O primeiro é “1973 – O Ano Que Reinventou a MPB” (Sonora Editora ), organizado por Célio Albuquerque, e o segundo é “Indiscotíveis” (Editora Lote 42), organizado por Itaici Brunetti.

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O primeiro reúne 51 ensaios sobre artistas que lançaram discos marcantes em 1973, um dos anos mais ricos de nossa música. A lista é incrível: “Secos e Molhados”, “Manera, Fru, Fru, Manera” (Fagner), “Índia” (Gal Costa), “Ou Não” (Walter Franco), “Novos Baianos F.C.” (Novos Baianos), “Pérola Negra” (Luiz Melodia) e “Krig-Ha, Bandolo!” (Raul Seixas), além de LPs importantes de Hermeto Paschoal, Clementina de Jesus, Marcos Valle, Clara Nunes, Chico Buarque, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Taiguara, Sérgio Sampaio e vários outros.

A lista de autores inclui jornalistas e pesquisadores musicais - Pedro Só, Marcelo Fróes, Silvio Essinger, Roberto Muggiati, Ayrton Mugnaini, Antônio Carlos Miguel, Ricardo Schott – e músicos como Sérgio Natureza, Tavito, Mona Gadelha, Moacyr Luz e Marcos Suzano.

Já “Indiscotíveis” é mais anárquico em sua seleção e reúne textos sobre 14 LPs de estilos e períodos diversos, mas que marcaram várias gerações de ouvintes. Assim, “Os Afro-Sambas” (1966), de Baden Powell e Vinicius de Moraes, analisado por Marcelo Costa, do site “Scream & Yell”, divide espaço com um trabalho lançado trinta anos depois, “Roots”, do Sepultura, em texto de Pablo Miyazawa, editor da “Rolling Stone”.

Há textos de Dafne Sampaio sobre o clássico dos Racionais, “Sobrevivendo no Inferno”, de Kid Vinil sobre “Krig-Ha, Bandolo” (é legal comparar esse texto com o de Sílvio Essinger sobre o mesmo disco, no livro “1973”), de meu colega do R7 Luiz Pimentel sobre “Cabeça Dinossauro” e do rapper Emicida sobre o pioneiro “O Lado B do Hip Hop”, além de ensaios sobre “Racional” (Tim Maia), “Solta o Pavão” (Jorge Ben), “Afrociberdelia” (Chico Science & Nação Zumbi), “Selvagem?” (Paralamas do Sucesso) e outros.

“Indiscotíveis “ tem um formato bacana: vem numa caixa, dividido em sete livrinhos quadrados que simulam capas de discos, cada um com dois textos e capas alternativas para os LPs, criadas por artistas e ilustradores como Luciana Martins, Gustavo Piqueira, Dalton Soares, Luciano Salles e Yara Fukimoto.

“1973” e “Indiscotíveis” são dois livros feitos com capricho e apurado senso estético, assim como os discos sobre os quais discorrem. É muito bom saber que ainda tem gente que gosta de discutir música.

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