Quantcast
Channel: Andre Barcinski
Viewing all articles
Browse latest Browse all 575

O que nos resta, se até Tostão sugere burlar a regra?

$
0
0

Hoje, o STJD julga o caso da Portuguesa, que escalou o jogador Héverton supostamente sem condição de jogo e corre o risco de perder pontos e acabar rebaixada no Brasileirão. Caso isso aconteça, abriria uma vaga na Série A, que ficaria com o Fluminense.

f2cc1ec17373a830a35546e3f617ea8a O que nos resta, se até Tostão sugere burlar a regra?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Independentemente do que acontecer no tribunal, essa história já tem uma grande derrotada: nossa crônica esportiva.

Antes de continuar, gostaria de deixar duas coisas absolutamente claras:

1 – Sou torcedor do Fluminense.

2 – Sou contra a subida do time para a Série A. Perdemos a disputa no campo e acho que merecemos jogar a Série B. Se eu fosse presidente do Fluminense, mesmo que a Lusa fosse rebaixada – e se o regulamento permitisse – eu abriria mão de jogar a Série A.

Acontece que isso não tem nenhuma relação – ou melhor, não deveria ter – com a possível punição à Lusa.

No afã de corrigir uma injustiça, nossa imprensa tem usado argumentos questionáveis, incluindo pedidos explícitos para que se mude a regra do campeonato depois de ele ter acabado.

Isso se chama “virada de mesa”.

Tostão, por exemplo: o craque é uma referência de nossa crônica esportiva, mas escreveu, na “Folha”: “São os Zé-Regrinhas que querem colocar a Portuguesa na Segunda Divisão. Mesmo se for clara, a regra não pode estar acima do bom senso e da justiça, pois existe uma certeza, a de que a Lusa não agiu por má fé nem se beneficiou pelo provável erro. Deveria ser punida de outra forma, e não com a perda dos pontos.”

OK, Tostão, concordo, talvez a regra seja discutível. Mas que ela seja revista e mudada ANTES de se começar o próximo campeonato, e não em cima da hora.

O que Tostão pede abriria uma brecha para que qualquer regra seja mudada a qualquer momento, ou seja, justificaria qualquer virada de mesa.

Peço licença ao meu grande amigo Xico Sá para discordar do que ele escreveu, também na “Folha”: “Essa história de letra fria da lei é cascata. Nem a nossa suprema corte usa mais. Ser justo é diferente de ser friamente legal e etc. (...) A decisão (...) será entre o mais forte e o mais fraco, o resto é jurisdiquês e fanatismo de torcida.”

Pô, Xico, quer dizer que para ser “justo” vale tudo, mesmo ir contra a lei?

Gostaria de fazer uma pergunta ao Tostão e ao Xico: digamos que a Lusa não tivesse escalado Héverton. Isso deixaria o Flamengo na posição da Lusa, já que o clube carioca escalou o jogador André Santos em situação supostamente irregular e correria o risco de ser rebaixado.

Será que nossa crônica chiaria tanto se o Flamengo fosse punido? Aposto que não. Todos estariam elogiando o tribunal por aplicar a “letra fria da lei”, mesmo que isso prejudique um time “grande”. Tostão certamente elogiaria os "Zé-Regrinhas" que cumpriram a lei à risca.

Reclamar de injustiça é fácil. Difícil é exigir o cumprimento da lei, mesmo quando isso implica em uma decisão impopular.

Não estou sugerindo que a Lusa deva ser punida ou inocentada. Não é esse o ponto. Só estou pedindo que a regra seja cumprida e que o STJD julgue o caso dentro das regras. É pedir demais?

The post O que nos resta, se até Tostão sugere burlar a regra? appeared first on Andre Barcinski.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 575

Trending Articles