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JANTANDO A VACA SAGRADA: FEDERICO FELLINI

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fellini and masina on the set of la strada JANTANDO A VACA SAGRADA: FEDERICO FELLINI

O canal Arte1 exibe hoje, às 21h30, “Oito e Meio”, de Federico Fellini. É um grande filme. Na minha opinião, o único grande filme da carreira do diretor e um dos poucos que revejo sem ter um ataque de diabetes.

Fellini dirigiu 20 longas, além de episódios em filmes colaborativos. Gosto de “La Dolce Vita” (1960) e das comédias que ele fez no início da carreira,“Abismo de um Sonho” (1952) e “Os Boas-Vidas” (1953), mas não compartilho do entusiasmo por alguns de seus filmes mais celebrados, como “A Estrada da Vida” (1954), “Noites de Cabíria” (1957) e “Amarcord” (1973).

Fellini adorava três coisas que eu abomino: circo, palhaços e Giulieta Masina. E em “A Estrada da Vida”, ele junta as três: Giulieta faz uma coitadinha que é obrigada a trabalhar num espetáculo circense mambembe e itinerante (a fórmula seria copiada, com resultados igualmente insuportáveis, em “Bye Bye Brasil”, de Cacá Diegues).

“Noites de Cabíria” é outro festival de pieguice, em que Giulietinha faz uma prostituta de coração de ouro que é maltratada pela vida, mas reage sempre com um sorriso e esperança no coração, snif, snif, buá, buá.

E “Amarcord”, a “delirante” homenagem de Fellini à sua infância e aos personagens excêntricos que a marcaram, é uma “Saramandaia” com grife, com direito a Dona Gorda e a sequências nauseabundas de realismo mágico. Tem quem goste.

Já eu gosto de “Oito e Meio” justamente porque não sofre do excesso de sacarina e barroco que costuma acompanhar a marca Fellini (e não vou nem começar a falar de “Julieta dos Espíritos”, “E La Nave Va” ou “Ginger e Fred”).

“Oito e Meio” traz o estilo visual típico do diretor e os mesmos personagens bizarros - palhaços, a gordinha sexy - mas os delírios não parecem colocados ali apenas como bijuteria ou decoração. Veja o trailer:

 

 

Na minha seleção italiana, Federico não fica nem no banco. O time - no 4-3-3 clássico - é Pasolini, Antonioni, Risi, Scola e Monicelli; Rosselini, De Sica e Visconti; Leone, Bertolucci e Argento. Os reservas são Petri, Bolognini, Steno, Ferreri, Zurlini e os irmãos Taviani; o técnico é Dino De Laurentiis e os auxiliares, Age & Scarpelli. Timaço.

Bom fim de semana a todos.

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