Quantcast
Channel: Andre Barcinski
Viewing all articles
Browse latest Browse all 575

ADEUS, JACK BRUCE!

$
0
0

 

Morreu sábado, aos 71, Jack Bruce, um dos maiores baixistas que o rock já conheceu.

Na verdade, Bruce não gostaria nada de ser definido como um “músico de rock”. Ele era um músico, e ponto final. O rock foi só um dos gêneros em que se destacou.

Mais famoso por sua atuação com o Cream, a banda mitológica que montou com Eric Clapton e Ginger Baker, Bruce tocou com uma penca de grandes instrumentistas, de John McLaughlin a Frank Zappa, de Leslie West a Robin Trower, de Mitch Mitchell a John Mayall, de Mick Taylor a Gary Moore. Um currículo embasbacante.

Aos 17 anos, Jack Bruce era um prodígio do violoncelo. Ganhou uma bolsa da Royal Scottish Academy of Music para estudar cello e composição, mas largou tudo para tocar jazz e blues, suas verdadeiras paixões.

Em 1966, depois de rodar por inúmeras bandas e fazer nome como instrumentista, Bruce montou o Cream. É difícil acreditar que o Cream durou só dois anos, tamanha sua influência. Nesse tempo, a banda gravou quatro álbuns de estúdio e deu ao rock um upgrade gigantesco de qualidade técnica (o grupo se reuniria brevemente em 2005).

O Cream foi um dos primeiros – talvez o primeiro – supergrupo da história do rock. Não se formou como as bandas 'normais', com amigos de escola ou de bairro trocando ideias e fazendo música, mas foi um projeto reunindo três músicos fora de série e que já se conheciam de outros carnavais (Bruce havia tocado com Baker no Graham Bond Organisation e com Clapton no John Mayall’s Bluesbreakers). O próprio nome escolhido – “Creme” – mostra que eles sabiam que aquele trio era parada dura.

Outro dia, o canal BIS exibiu “The Farewell Concert”, o show de despedida do Cream no Royal Albert Hall, em Londres, em 28 de novembro de 1968. Se não viu, assista. É um documentário sobre o tal show, intercalado por uma narração que tenta explicar porque o Cream é diferente do pop que dominava as paradas (no trecho abaixo, o locutor começa elogiando a capacidade de improviso jazzístico da banda e diz que Bruce é fã de música indiana e levou essa influência pro Cream):

 

 

É revelador perceber como, em 1968, o rock era visto como música de quinta categoria. Jack, Ginger e Eric passam o documentário todo se explicando, dizendo que o rock tem qualidade e músicos muito bons. O filme é uma relíquia de uma época em que a música jovem ainda metia medo.

Se você se interessa pelo Cream, procure também o documentário “Beware of Mister Baker”, sobre o genial e demente baterista Ginger Baker, em que relata as brigas de ego - e socos - entre ele e Bruce pelo controle da banda.

The post ADEUS, JACK BRUCE! appeared first on Andre Barcinski.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 575