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Novidades sobre a série “Zé do Caixão”…

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 Novidades sobre a série Zé do Caixão...

Terminaram as filmagens da minissérie "Zé do Caixão", que o canal Space exibe, se tudo der certo, em setembro.

Escrevi o roteiro com Ricardo Grynszpan e o diretor, Vitor Mafra (leia aqui um texto sobre o início das filmagens). A minissérie tem seis episódios e é inspirada na biografia "Maldito - A Vida e o Cinema de José Mojica Marins, o Zé do Caixão", que fiz, em 1998, em parceria com o jornalista Ivan Finotti.

A minissérie é meu primeiro trabalho ficcional. Digo "ficcional" porque, mesmo sendo inspirada na história de vida do Mojica e em fatos de sua vida, o resultado final é uma versão romanceada da vida dele.

E não poderia ser diferente. Uma minissérie dramática para TV não é um documentário. A ideia foi ser o mais fiel possível aos acontecimentos, mas sem prejudicar a narrativa e a fluência da história.

Aprendi com Grynszpan e Mafra, que já trabalham em ficção para TV há um tempão, que muitas vezes é necessário simplificar a história para não prejudicar o entendimento do espectador.

Um exemplo: ao longo de uma carreira de quase 60 anos de cinema, Mojica trabalhou com dezenas de fotógrafos, editores, iluminadores, figurinistas, etc.. Na minissérie, criamos uma equipe que o acompanha dos anos 1950 aos 1980, com os mesmos integrantes. Isso foi necessário para que o espectador pudesse conhecê-los e se interessar em acompanhar suas histórias.

Quando começamos o projeto da minissérie, não sabíamos exatamente que rumo tomar com o roteiro, mas sabíamos o que não queríamos: não queríamos fazer uma dessas cinebiografias caretas, que começam na infância do biografado e terminam com ele velhinho.

Escolhemos, como tema principal da minissérie, a luta de Mojica para fazer seus filmes. Com exceção de seu último longa, "Encarnação do Demônio" (2008), ele nunca teve ajuda estatal ou verba da Embrafilme, e sempre financiou suas obras por meio de venda de cotas ou grana de investidores privados. Os pais chegaram a vender as alianças para ajudar o filho. E isso rende grandes histórias.

A solução foi dividir os seis episódios em seis filmes importantes da carreira de Mojica. Cada episódio conta a história da filmagem de um longa e, em paralelo, a vida de Mojica durante esses períodos.

Os filmes são:

A Sina do Aventureiro (1958) - Este bangue-bangue foi o primeiro longa finalizado por Mojica (ele tinha tentado fazer outro filme antes, mas foi interrompido pela morte de uma atriz e um acidente que custou a perna de outra).

À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964) - Filme que lançou Zé do Caixão, tem cenas clássicas do cineasta, como um banquete de perna de carneiro que Zé saboreia enquanto assiste à procissão de Sexta-Feira Santa, zombando dos fiéis.

Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1967) - Imenso sucesso de bilheteria, consagrou Zé do Caixão e tornou Mojica um astro multimídia, com filmes no cinema, programas de TV, discos de Carnaval e até uma linha de cosméticos chamada "Mistério".

Ritual dos Sádicos (1969) - Filme mais transgressor - e, para mim, o melhor - de Mojica, foi proibido pela Censura e quase acabou com a carreira do cineasta.

Perversão (1979) - Soft-porn que Mojica fez inspirado - e usando a grana - de uma famosa socialite que havia matado dois maridos, conhecida por "Milionária Assassina".

24 Horas de Sexo Explícito (1985) - Filme de sexo explícito que incluía uma cena de sexo com cachorro (simulada, claro). Foi um dos maiores sucessos de bilheteria do ano.

Daqui a alguns dias, verei um primeiro corte de um dos episódios. Depois conto como ficou.

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