Semana especial para documentários na TV. Pelo menos três ótimos filmes estão programados. Anote:
Anvil: The Story of Anvil (Sacha Gervasi, 2009)
Você viu “Spinal Tap”, a comédia de Rob Reiner sobre uma banda de metal em que os integrantes são mais atrapalhados que Dedé, Didi, Mussum e Zacharias?
Pois uma banda assim existe no mundo real, chama-se Anvil, e foi objeto de um documentário dos mais divertidos, "Anvil: The Story of Anvil”, que o Canal BIS exibe hoje, às 10 da manhã, com reprise dia 13, ao meio-dia.
O diretor acompanha alguns anos na vida dos canadenses do Anvil, grande promessa do metal nos anos 80, e que acabou esquecida. O filme encontra o líder da banda trabalhando de zelador numa escola.
Há uma sequência mostrando um show na Hungria, com quatro pessoas na plateia, que é um momento dos mais comoventes, melancólicos e hilariantes já mostrados em uma cinebiografia. Para rir e chorar.
Duna de Jodorowsky (Frank Pavich, 2013)
Em 1975, o diretor franco-chileno Alejandro Jodorowsky e o produtor francês Michel Seydoux compraram os direitos de adaptação para o cinema do livro de ficção-científica “Duna”, de Frank Herbert.
Jodorowsky, um visionário alucinado que havia dirigido clássicos do cinema lisérgico e surrealista como “El Topo” (1970) e “A Montanha Sagrada” (1973), montou um dream team de loucos para trabalhar e atuar no filme, incluindo o desenhista francês Moebius, o artista plástico suíço H.R. Giger e o grpo Pink Floyd, que faria a trilha sonora.
O elenco era mais insano ainda: Salvador Dalí, Orson Welles, David Carradine, Gloria Swanson e Mick Jagger.
O projeto, claro, não deu certo. E o documentarista Frank Pavich explica por quê. O filme tem entrevistas fantásticas com Jodorowsky, Seydoux e vários colaboradores, e é um estudo fascinante sobre a relação
sempre conflituosa entre talento e comercialismo. Jodorowsky era simplesmente louco demais para Hollywood.
Veja aqui os horários do filme.
Eu sou Divine (Jeffrey Schrarz, 2013)
Cinebiografia da incomparável Divine (1945-1988), ou melhor, Harris Glenn Milstead, ator/atriz dos filmes de John Waters e ícone gay e underground dos anos 70 e 80.
Com imagens de arquivo incríveis, o filme mostra a transformação de Harris, um menino tímido, depois que encontra Waters e sua trupe de artistas udigrudi em Baltimore, no Estado norte-americano de Maryland.
A melhor entrevista é a de Waters, que detalha a tortura de crescer num bairro careta da América suburbana do pós-guerra, e de como ele e sua trupe combateram o tédio, criando alguns dos filmes mais grosseiros e escatológicos já lançados em circuito comercial.
Veja aqui os horários do filme.
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