Nesse final de semana acontece a Virada Cultural em São Paulo, e preparei uma seleção de sugestões para quem vai.
Não incluí eventos no SESC ou em lugares fechados, como o Theatro Municipal. Quem já foi à Virada sabe que é virtualmente impossível conseguir lugar para shows em locais de lotação limitada, a menos que você passe horas mofando na fila.
Aqui vão minhas sugestões:
SÁBADO
18h - Nelson Ayres toca na série “Piano na Praça”, na Praça Dom José Gaspar. A programação inteira é muito boa, mas, às 18h, o cheiro de urina ainda não deve ter tomado conta da praça. No mesmo horário, Jerry Adriani abre os shows em homenagem à Jovem Guarda, no Palco São João.
19h - Uma banda de cumbia de El Salvador chamada Cumbia Negra. Ouvi duas faixas no Soudcloud, ambas muito boas. No Palco Casper Líbero.
20h - Não sei do que se trata, mas com um nome desses - Judocas Acrobatas Muito Loucos – fica difícil perder. No palco da Marconi com Barão de Itapetininga.
22h - No Palco Rio Branco, Odair José mostra velhos sucessos e faixas de seu mais recente – e ótimo – disco, “Dia 16”.
23h - Não conhecia, mas ouvi umas músicas do grupo mexicano Sonido Gallo Negro e achei sensacionais. Vejam a descrição dos caras: “Banda que retoma o som psicodélico da cumbia peruana dos anos 70, misturado a subgêneros como chicha, cumbia amazônica, cumbia sonidera e boogalo.” No Palco Casper Líbero. No mesmo horário, no Palco Arouche, acontece um show com alguns dos maiores nomes dos “falsos gringos”, brasileiros que cantavam em inglês e faziam grande sucesso nos anos 70. Vão se apresentar Dave MacLean, Vivian, Paul Denver e Tony Valdez. Destaque para Steve MacLean, nome artístico de Hélio Costa Manso, importante produtor musical que “inventou” o grupo pop feminino Harmony Cats.
23h59 – Uma vez entrevistamos no programa de rádio “Garagem” o duo de violeiros Matuto Moderno, e os caras disseram que o músico predileto deles era um sujeito chamado Índio Cachoeira. Pois Índio Cachoeira vai se apresentar junto com Matuto Moderno no Arraial da Inezita Barroso, na Praça da República. Vejam que coisa linda:
No mesmo horário, no Palco Vale do Anhangabaú/Viaduto do Chá, dedicado à soul music brasileira, se apresenta o extraordinário baterista Wilson das Neves.
DOMINGO
0h – Impossível perder o show “Jurassic Rock” com duas lendas do glam rock nacional, Edy Star e Serguei, no Palco Rio Branco.
1h – Mais “Falsos Gringos” no Palco São João, e da melhor qualidade: vão se apresentar o grupo Sunday (tão famoso nos anos 70 que teve um programa de TV, com o bizarro nome de “Sunday é Sábado”), acompanhado de Helio Santisteban, do grupo Pholhas, e Dudu França, que antes de virar ídolo da discoteca com “Grilo na Cuca”, cantou no grupo pop Memphis.
2h – Imperdível é o show dos alemães do Faust, pioneiros do krautrock e uma das bandas mais inventivas dos anos 70. No Palco Estação da Luz. Vejam os caras em ação ano passado:
4h – Alguém tem informações sobre o grupo turco Insalar? Não achei nada (nem no site da Virada), mas fiquei curioso para ouvir. Também toca na Estação da Luz.
6h – Ainda na Luz: outro artista que não conheço, mas cuja biografia me deixou curioso é o alemão Burnt Friedmann. Ouvi alguns dos experimentos eletrônicos do cara e gostei demais.
10h – Uma passada no Arraial da Inezita Barroso, na Praça da República, para ouvir as gêmeas mineiras Celia e Celma. No mesmo horário, Erasmo Carlos canta no Palco São João, dedicado à Jovem Guarda.
16h – Melhor atração de toda a Virada Cultural: no Palco Rio Branco, Robertinho de Recife toca o clássico do metal brazuca “Metal Mania”: “Bate o pé, bate a mão / A cabeça e o coração”. Quem não for é poseur. Podem chorar:
17h35 – No Palco Test, dedicado a hardcore, grind e sons extremos, se apresenta o duo Test, que costuma tocar dentro de uma Kombi e faz um esporro cabuloso.
18h – Enquanto Caê estiver dando um “abraçaço” na paciência de todo mundo, Lágrimas vão rolar aos borbotões no Palco Rio Branco, onde o pioneiro do hard rock brazuca, o Made in Brazil, faz um tributo a seu líder, Cornelius Lúcifer, morto em 2013. No mesmo horário, no Palco São João, toca a maior banda de surf rock instrumental brasileira, The Jordans, com participações de Demetrius, Carlos Gonzaga, Enza Flori e o grande Prini Lorez (nome verdadeiro: José Gagliardi Filho), imitador brasileiro de Trini Lopez.
Pra finalizar: Johnny Marr e Strypes tocam no Memorial da América Latina, no Festival da Cultura Inglesa, genialmente marcado para o mesmo dia da Virada Cultural.
Boa Virada e um ótimo fim de semana pra todos.
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