Peço desculpas pela demora em escrever sobre "Mad Max - Estrada da Fúria", mas o fato é que não havia um cinema exibindo o filme num raio de uns 200 km de casa.
Consegui ver o filme esses dias - aliás, foi difícil achar um cinema com exibição em 2D - e gostei muito. Não é a obra-prima que muitos apregoam, mas um filme-pipoca muito acima da média. George Miller é o cara.
Os dois primeiros filmes da série "Mad Max", feitos em 1979 e 1981, são exemplos perfeitos de "thrillers" de ação em que a criatividade supera o baixo orçamento. Miller usou os desertos australianos de cenário e criou um mundo distópico sem nenhum efeito especial.
Os filmes eram faroestes futuristas e tinham um clima sombrio, bem típico daquela época em que a Guerra Fria ainda imperava e a ameaça atômica nos assombrava, tanto na vida real quanto na TV (quem pode esquecer o choque de ver "O Dia Seguinte", em 83?).
Este "Mad Max - Estrada da Fúria" é bem diferente: é uma superprodução - custou 150 milhões de dólares - com centenas de figurantes e cenários imensos, incluindo um quartel-general dentro de uma montanha que tem uma imensa caveira lapidada na superfície, muito parecida com o símbolo do Fantasma.
Os figurinos e os veículos enormes e potentes usados no filme parecem mais uma escola de samba do inferno, com direito a um caminhão com caixas de som na frente e um guitarrista que toca, ao vivo, uma trilha sonora de metal-industrial (feita pelo holandês Junkie XL). Exagerado, mas divertido demais.
Ficar discutindo a trama do filme é besteira. Basta dizer que Tom Hardy (Mad Max) e Charlize Theron (Furiosa) fogem do ditador Immortan Joe (Hugh Keays Byrne) carregando as cinco esposas do sujeito, que não gosta da situação e comanda seus exércitos numa perseguição pelo deserto atrás da dupla de fujões.
O filme se resume a duas horas de perseguição, intercaladas por um blablablá existencialista sobre redenção, a luta contra a tirania e a busca por um mundo melhor. Alguém pode ver na cooptação de jovens kamikazes por Immortan Joe uma referência aos terroristas suicidas da Al Qaeda, mas quem vai assistir a "Mad Max" para debater geopolítica é mais louco que Immortan Joe.
O que interessa é que as cenas de ação são espetaculares, os cenários - a maioria, na Namíbia - são lindos, e o ritmo do filme é intenso. Numa tela grande e som alto, é uma experiência divertidíssima. E basta.
Eu gostei bem mais dos dois primeiros filmes. Preferia Mad Max quando ele brigava por gasolina, não pela salvação do mundo. Mas "Estrada da Fúria" não desaponta.
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