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Nada como um atentado contra o prefeito para a polícia aparecer, não é mesmo?

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No início da noite de 19 de maio, o prefeito de Paraty, José Carlos Gama Miranda (PT), conhecido por Casé, saía da sede da prefeitura acompanhado pelo primo, Sérgio José Miranda, funcionário da prefeitura, quando um sujeito se aproximou numa moto, sacou uma arma e disparou várias vezes contra os dois.

Felizmente, o criminoso errou os tiros. Casé foi atingido de raspão na cabeça, assim como Sérgio. Os dois foram atendidos no precaríssimo hospital local e depois transferidos para um hospital de verdade, em Angra dos Reis.

Na manhã de 21 de julho, uma operação envolvendo pelo menos uma dúzia de homens do Grupo de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense e da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar prendeu um suspeito pelo crime.

A operação foi grande. O dono de uma padaria, da qual somos clientes, contou que viu vários sujeitos à paisana, com armas e até metralhadoras, cercando uma casa ao lado do estabelecimento: “Fiquei apavorado. Achei que iam nos assaltar”.  Os policiais invadiram a casa, mas não acharam ninguém. Acabaram encontrando o suspeito em outra casa, momentos depois.

Nos dois meses entre o atentado contra o prefeito e a prisão do rapaz, Paraty mudou. Os moradores passaram a conviver com algo que, até então, não conheciam: policiamento eficiente.

Durante esse período, vimos carros da polícia parando e vistoriando veículos, grupos de policiais dando blitze em conhecidos pontos de tráfico, caminhões recolhendo motos sem documentos, veículos multados por infrações de trânsito, enfim, percebemos a presença do Estado como nunca havia acontecido na cidade.

Só para comparar: em mais de cinco anos morando na região, não havíamos sido parados uma vez sequer no posto da Polícia Rodoviária na Estrada Rio-Santos. No último mês, fomos parados duas vezes.

Com o aumento da fiscalização, diminuiu o número de motos zunindo loucamente pelas ruas sem respeitar placas, faixas e limites de velocidade. Também rarearam os carros estacionados em locais irregulares. Na última Festa Literária de Paraty (FLIP), realizada no início de julho, o policiamento foi intenso.

A situação contrasta com a bandalheira absoluta com a qual a população já havia se acostumado, especialmente durante os eventos mais populares do calendário turístico local.

Ano passado, durante a Festa da Cachaça, quase batemos de frente com um carro que vinha na contramão de uma ponte, com o motorista bebendo uma latinha de cerveja enquanto uma criança de uns oito anos viajava no banco da frente, de pé, com a cabeça para fora do teto solar.

Fica a pergunta: se o tal suspeito for, de fato, culpado pelo atentado contra o prefeito, quanto tempo vai demorar para o policiamento e a fiscalização desaparecerem da cidade e tudo voltar ao normal?

Bom fim de semana a todos.

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