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Daniel Johnston, Yo La Tengo, e um momento antológico do rádio

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Meu site predileto, Dangerous Minds, fez uma matéria sensacional sobre o grupo indie americano Yo La Tengo e sua obsessão em tocar covers.

Formado em 1984 por três nerds de música e colecionadores de disco – Ira Kaplan (guitarra, vocais), Georgie Hubley (bateria) e James McNew (baixo) - o YLT sempre gostou de tocar versões de suas músicas favoritas.

Durante 12 anos – de 2001 a 2012 – a banda fez uma residência anual de oito dias seguidos de shows, na época do Natal, no lendário clube Maxwell’s, em Hoboken, New Jersey, casa do YLT. Nesses shows eles tocavam covers e recebiam convidados surpresa. David Byrne, Lee Ranaldo e Steve Shelley (Sonic Youth), Ray Davies (Kinks), Alex Chilton (Big Star), Jeff Tweedy (Wilco) e dezenas de outros artistas apareceram por lá.

Aqui está o Yo La Tengo no Maxwell’s, em 2011, fazendo uma versão matadora de “Gates of Steel”, do Devo:

 

 

E aqui o clipe da banda para sua versão de "Friday I'm In Love", do Cure:

 

 

Outra iniciativa legal do YLT era ajudar na campanha anual de arrecadação de fundos para a rádio indie WMFU, de New Jersey. Todo ano a banda ia ao estúdio e fazia shows improvisados, em que atendia pedidos de ouvintes. O ouvinte pedia uma música e o Yo La Tengo tocava a canção ali, na hora, sem ensaio.

Foi durante um desses programas que ocorreu um momento dos mais emocionantes: em 4 de fevereiro de 1990, o telefone tocou nos estúdios da rádio. Do outro lado da linha estava o músico Daniel Johnston. Johnston tinha 29 anos e não era o ídolo indie que se tornaria depois, com a bênção de gente como Kurt Cobain. Johnston era esquizofrênico, tinha sérios problemas psicológicos e estava morando na casa dos pais em West Virginia.

O Yo La Tengo costumava tocar uma música de Johnston, “Speeding Motorcycle” (que acabou lançada no álbum “Fakebook”, de 1990), e o locutor da rádio, Nick Hill, perguntou se Johnston não queria cantar com a banda. Foi assim que o Yo La Tengo, do estúdio, e Daniel Johnston, pelo telefone, gravaram essa versão de “Speeding Motorcycle”.

 

 

A participação no programa não rendeu a Johnston apenas essa colaboração com o Yo La Tengo. Um dos ouvintes do programa era Jeff Feuerzeig, um cineasta e roteirista. Feuerzeig decidiu, ali, que faria um filme sobre Daniel Johnston. E o resultado foi “The Devil and Daniel Johnston” (2006), um dos grandes documentários já feitos sobre os demônios e inspirações de um músico.

 

 

Na verdade, “Speeding Motorcycle” não foi a única música que Daniel Johnston e o Yo La Tengo tocaram naquele programa. Aqui você encontra um link para o site da WMFU, onde o locutor Nick Hill conta detalhes do programa e dá o link para a íntegra dele.

Ah, mais uma coisa: não poderia me despedir sem botar aqui outra indicação preciosa do Dangerous Minds. Se isso não alegrar seu final de semana, nada o fará...

 

 

Bom fim de semana a todos.

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