Uma parte tão importante quanto desconhecida da vanguarda do pop dos últimos 40 anos se apresenta quinta-feira em São Paulo, quando os Residents fazem seu primeiro show no país.
O que esperar da apresentação?
Sinceramente, não sei, ninguém sabe, e talvez nem eles próprios saibam. Porque os Residents, assim como o Chacrinha, vieram para confundir e não para explicar.
Desde o início dos anos 70, a trupe criou uma marca cuja marca é não ter marca. Eles são músicos que trabalham com artes visuais ou artistas que complementam suas instalações com música?
Aqui está Randy, “vocalista do Residents”, falando sobre a banda e fazendo comercial de uma promoção imperdível de produtos relacionados ao grupo...
E que música fazem os Residents?
Depende do disco. O site deles lista dezenas (veja aqui), de sátiras ao pop dos anos 50 a coleções de vinhetas que parecem comerciais antigos, passando por experimentos eletrônicos “ambient” e trilhas para filmes surrealistas imaginários.
O que se sabe – ou melhor, o que a gente acha que sabe – é que os Residents se juntaram em São Francisco no fim dos anos 60, em plena explosão do hippismo e da contracultura, formaram uma espécie de coletivo e vêm fazendo, desde então, um trabalho dos mais iconoclastas e inclassificáveis. No caminho, influenciaram muita gente, de Jello Biafra ao Devo, de Matt Groening (criador dos “Simpsons”) a Les Claypool (Primus), mantendo a anonimidade com máscaras e disfarces, não dando entrevistas e sempre se recusando a se explicar. O titulo de um documentário sobre o Residents diz muito: “Teoria da Obscuridade”:
Enfim, os Residents são uns aliens nesse mundo pop em que tudo é tão mastigado e produzido de acordo com um público-alvo definido e que sabe o que esperar de seus ídolos. Se o show vai ser assim ou assado, ninguém pode dizer. E essa dúvida é exatamente o que vem alimentando os Residents há tanto tempo. Vida longa a eles.
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