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“TRAPAÇA” É BOM, MAS NÃO É NENHUM SCORSESE…

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Trapaça (American Hustle, 2013) - Trailer por thevideos no Videolog.tv.

Perspectiva é tudo. Se eu tivesse assistido a “Trapaça” sem ler as críticas da imprensa americana, teria gostado bem mais. Seria uma ótima surpresa. Mas depois de ler uma penca de textos salivantes que só faltaram comparar David O. Russell a Orson Welles, é difícil não sair do cinema meio decepcionado (o mesmo aconteceu com “12 Anos de Escravidão”, mas escreverei sobre este mais próximo da estreia, no fim de fevereiro).

Não que “Trapaça” seja ruim. É um bom filme, bem escrito e com ótimas atuações. A história é muito interessante e foi inspirada em um escândalo envolvendo uma operação secreta do FBI no fim dos anos 70.

Um casal de golpistas - Irving (Christian Bale) e Sidney (Amy Adams)— é preso por um agente do FBI, Richie Di Maso (Bradley Cooper). Em troca de redução de penas, os trambiqueiros topam participar de uma cilada para flagrar políticos recebendo suborno, incluindo o prefeito de uma cidade de New Jersey, interpretado pelo ótimo Jeremy Renner (“Guerra ao Terror”). Mas o caso ganha proporções ainda maiores quando um chefão da Máfia, vivido por Robert De Niro, entra na jogada.

O filme é estiloso, com figurinos bem anos 70 – ombreiras, lapelas pontudas, calças boca de sino – e homenageia outros filmes passados no período, como uma engraçada cena numa discoteca em que Bradley Cooper emula o Tony Manero de John Travolta em “Os Embalos de Sábado à Noite”. Christian Bale e, especialmente Amy Adams, estão demais.

O filme começa como uma comédia na linha “Golpe de Mestre”, mas logo vira um “thriller” envolvendo políticos e mafiosos ao estilo de Scorsese, cheio de bom humor e personagens excêntricos. Mas são justamente esses “tributos” que acabam tirando a força do filme. Na décima vez em que Russell imita “Os Bons Companheiros”, “A Honra do Poderoso Prizzi” ou “Cães de Aluguel”, o encanto já era.

Um truque, em especial, Russell não se cansa de usar: contei pelo menos cinco cenas em que um diálogo engraçado e revelador é seguido por uma cena em câmera lenta com trilha sonora de algum rock clássico dos anos 70, seja Steely Dan, America, Harold Melvin & The Blue Notes, Elton John ou Santana (aliás, a trilha sonora é ótima).

No fim, “Trapaça” parece mais um exercício de estilo e uma homenagem a um tipo de cinema do que um filme original. E se é para fazer tributo a Scorsese, melhor assistir a “O Lobo de Wall Street”, certo?

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