Qual a última grande música do New Order?
Acho que precisaríamos voltar quase 15 anos, até 2001, quando a banda lançou “Crystal”, faixa que abria o CD “Get Ready”.
De lá para cá, não aconteceu nada de tão genial no Planeta New Order. “Waiting for the Siren’s Call” (2005) e “Lost Sirens” (lançado em 2013, mas que consistia em músicas gravadas e não usadas no disco anterior) foram regulares, mas duvido que a banda toque uma música sequer deles daqui a dois ou três anos.
Depois que o baixista Peter Hook saiu, em 2007, numa queda de braço feia com o cantor e guitarrista Bernard Sumner, achei que o New Order já era.
Mas não é que os caras voltaram com um disco surpreendente? “Music Complete”, seu décimo disco de estúdio, não é nenhuma obra-prima como “Power, Corruption & Lies” (1983) ou “Technique” (1989), mas não decepciona: é uma ótima coleção de canções que funcionam tanto na pista quanto no palco.
Tem gente – como o crítico do site “Consequence of Sound”, Michael Roffman – dizendo que “Plastic” é a melhor faixa da banda em décadas. De fato, é uma canção 100% New Order, com teclados retrô bem parecidos com o clássico “I Feel Love”, que Giorgio Moroder fez em 1977 para Donna Summer, um climão Kraftwerk e uma batida que lembra Chemical Brothers. Se vai ficar na história da banda, só o futuro dirá.
Pessoalmente, gostei mais de “People on the High Line”, uma discoteca à Chic, e de “Restless”, que tem uma daquelas linhas de baixo que Peter Hook cansou de gravar (ouça a 2:20) , aqui tocada pelo substituto de Hookie, Tom Chapman . Infelizmente, a música tem um dos clipes mais feios dos últimos tempos:
O disco tem convidados de peso: Tom Rowlands (Chemical Brothers) produziu duas faixas, Iggy Pop fez um vocal sombrio e sussurrado em “Stray Dog”, e dois astros pop – Elly Jackson, do grupo synthop La Roux, e Brandon Flowers, da banda The Killers – também emprestaram suas vozes a algumas canções.
“Music Complete” está há algumas semanas em alta rotação aqui em casa, o que é mais do que posso dizer de “Waiting...” e “Lost Sirens”, que não resistiram a duas ou três audições. O disco não vai mudar o mundo e não deve entrar na galeria de grandes momentos da banda, mas mostra que o New Order ainda pode ensinar uma coisa ou duas sobre a ciência de agradar simultaneamente a fãs de rock e de eletrônico.
P.S.: Estou em viagem e não poderei moderar os comentários como gostaria. Caso o seu comentário demore a ser publicado ou respondido, peço desculpas e um pouco de paciência. Obrigado.
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