Quantcast
Channel: Andre Barcinski
Viewing all articles
Browse latest Browse all 575

AC/DC: AI, AI, AI, AI… TÁ CHEGANDO A HORA…

$
0
0

Podem preparar os lenços: a julgar pelos acontecimentos dos últimos dias, a carreira de uma das maiores bandas do rock está perto do fim: o poderoso e aparentemente indestrutível AC/DC deve terminar em breve.

Semana passada, foi anunciado que o guitarrista Malcolm Young estava se desligando da banda por tempo indeterminado, devido a uma doença não revelada. Dizem que Malcolm teve um enfarte, mas a informação não foi confirmada pelo grupo.

O que se sabe é que os irmãos Malcolm, 61, e Angus, 55, têm um pacto, firmado há quase 40 anos, de que o AC/DC só continuaria enquanto os dois estivessem no comando. E a doença de Malcolm ameaça acabar com tudo. O vocalista Brian Johnson despista, jurando que o grupo vai se reunir em breve para preparar um novo disco, mas a verdade é que ninguém acredita numa banda sem os irmãos Young.

A única desculpa para continuar a banda sem Malcolm seria, claro, dinheiro. O AC/DC continua sendo uma máquina de fazer grana. A mais recente turnê mundial do grupo, a “Black Ice Tour”, faturou quase meio bilhão de dólares entre 2008 e 2010 (pra ser exato, 477 milhões de dólares, em valores ajustados pela inflação). Foi a quarta turnê mais rentável da história da música, só atrás do U2 - 360º (772 milhões), Rolling Stones - A Bigger Bang Tour (634 milhões) e Rolling Stones – Voodoo Lounge (495 milhões).

Desde que surgiu, em 1973, o AC/DC foi um empreendimento familiar. Mesmo que tenha se tornado uma megacorporação e faturado bilhões nas últimas décadas, a banda sempre tomou decisões sozinha, sem ajuda de advogados ou assessores (com exceção de George Young, irmão de Malcolm e Angus) . Um novo livro, “AC/DC: A Biografia”, escrito pelo veterano jornalista inglês Mick Wall e que acaba de sair no Brasil, explica como os irmãos Young se mantiveram por tanto tempo fiéis aos mesmos princípios e às mesmas pessoas.

Wall é um veterano do jornalismo musical inglês, autor de livros sobre Led Zeppelin, Ozzy Osbourne e Metallica. Mas nem ele, que conhece todo mundo no cenário do rock pesado, conseguiu convencer os caras do AC/DC a dar depoimentos para uma biografia. A banda simplesmente não fala com ninguém. Entrevistas, só em lançamentos de discos e turnês e, mesmo assim, são poucas e nada reveladoras. Nenhuma banda tão grande é tão reclusa quanto o AC/DC.

O livro de Wall não traz nenhuma grande novidade, mas a história da banda está toda lá: a infância dos Young na Escócia, a ida pra Austrália, os primeiros shows, a morte de Bon Scott e a ressurreição do grupo, com as 40 milhões de cópias de “Back in Black”, o quarto disco mais vendido de todos os tempos, atrás apenas de “Thriller” (Michael Jackson), “The Dark Side of the Moon” (Pink Floyd) e “Their Greatest Hits” (The Eagles). Wall faz cálculos e garante: nenhum grupo – nem os Beatles – vendeu tanto nos Estados Unidos quanto o AC/DC.

Não é difícil explicar o poder de atração que o AC/DC ainda exerce. Para os fãs, a banda representa uma espécie de “porto seguro”, uma entidade que nunca vai mudar. Entra ano, sai ano, Angus vestirá seu uniforme de colegial, o repertório dos shows continuará o mesmo, o sino gigante descerá no palco para anunciar “Hell’s Bells”, e Brian Johnson nunca vai tirar aquele boné maldito. Show do AC/DC é que nem reprise do “Poderoso Chefão”: você sabe o que vai acontecer, mas é alegria do começo ao fim.

O AC/DC faz parte de um grupo muito pequeno de bandas - eu poria na lista os Ramones, Motörhead e Creedence Clearwater Revival -que conseguiu criar um som próprio, apesar de muito simples. Na teoria, qualquer um pode fazer sons iguais aos dessas bandas: não há floreios virtuosísticos, os arranjos são banais e os temas, repetitivos. Mas a verdade é que ninguém consegue replicar o que eles fazem. E ninguém, até hoje, fez um blues-rock tão épico quanto o do AC/DC.

 

The post AC/DC: AI, AI, AI, AI… TÁ CHEGANDO A HORA… appeared first on Andre Barcinski.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 575