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Povo gosta de arte, quem gosta de pichação é intelectual

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casalpicho Povo gosta de arte, quem gosta de pichação é intelectual

Um caso deprimente aconteceu no Guarujá, durante o feriado de Páscoa. Um casal pichou uma enorme rocha em uma ilha bem em frente à Prainha Branca.

Segundo relatos, eles teriam pichado, em letras imensas, as letras “ABC”, região de São Paulo onde moram.

Revoltados, os locais abordaram o casal e, em represália, “picharam” os dois com tinta preta. As imagens foram parar em redes sociais (veja a cobertura do R7 aqui).

Difícil dizer quem foi menos civilizado na história, se o casal de pichadores ou o bando que se juntou para puni-los. Estivéssemos num país melhor, a polícia teria sido chamada e resolvido o caso, punindo os pichadores de acordo com a lei. Como estamos no Brasil, a solução foi fazer justiça com os próprios sprays.

O caso diz muito sobre nossa cidadania. De um lado, um casal que não tem o menor escrúpulo em danificar a natureza só para se exibir; do outro, um grupo de supostos defensores da natureza que age como uma turba de linchadores.

Um caso desses dá munição para os dois lados: os preconceituosos que reclamam da presença de “farofeiros” em praias devem estar celebrando a “justiça”. Já os pichadores e amantes da “street art” têm mais um motivo para odiar a sociedade e reclamar de perseguição à “cultura das ruas”.

Acho pichação abominável. Entendo a fascinação que alguns têm pelo tema, e acho interessante a forma como algumas pessoas se expressam por meio das pichações (recomendo assistir ao ótimo documentário “Pixo”, de João Wainer e Roberto Oliveira).

DOCUMENTÁRIO SOBRE PICHAÇÃO E PICHADORES por thevideos no Videolog.tv.

Mas não dá para gostar de uma “arte” que agride de forma tão egoísta o patrimônio público e se impõe de forma tão violenta à população. E, por favor, não venham defender a pichação como “grito dos excluídos” ou a “voz das ruas”, que isso é papo furado de sociólogo do Baixo Gávea. Nada é mais preconceituoso e elitista do que associar pobreza à incapacidade de viver em coletividade e respeitar outros cidadãos.

O trabalho de alguns grafiteiros - não pichadores, grafiteiros - é realmente excepcional. Mas essa glorificação da apropriação de espaços públicos para fins particulares já encheu a paciência. Se alguém quiser grafitar sua própria casa ou muro, ótimo, que seja feliz. Só não divida sua arte com quem não quer ver.

 

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