Hoje, às 19h, na Livraria Saraiva do Shopping Pátio Paulista, em São Paulo, Vanessa Oliveira lança “Tudo de Novo”, biografia do grupo Roupa Nova. Haverá um bate-papo com a autora e os integrantes da banda.
Você não precisa ser fã do Roupa Nova ou passar os dias cantando “Dona” e “Whisky a Go Go” para apreciar a história dos caras. Eles sempre fizeram pop comercial de FM e nunca tiveram a pretensão de mudar o mundo, mas foram parte importante de uma cena muito popular do pop brasileiro dos anos 70 e 80: as bandas de baile.
Antes de virar Roupa Nova, em 1980, o grupo se chamava Os Famks e era presença certa em bailes nos grandes clubes do subúrbio do Rio: Cassino Bangu, Ideal, Pavunense, Tijuca Tênis, Vasquinho de Morro Agudo e dezenas de outros. Veja aí Os Famks em ação no programa do mito Carlos Imperial:
O repertório era variado: rock, samba, discoteca, tudo que tocava em rádio e botava a massa pra dançar. Vários nomes que dominaram o pop brasileiro dos anos 80 começaram tocando em bailes: Lincoln Olivetti, Sullivan & Massadas, Fevers, Miguel Plopschi, Harmony Cats, Marcos Maynard e outros (Milton Nascimento e Fernando Brant homenagearam essa turma com a música “Nos Bailes da Vida”).
Formado por excelentes músicos, Os Famks logo se tornaram requisitados também para trabalhos em estúdio. Gravaram, com o nome Os Motokas, uma série de discos de covers nacionais e internacionais que venderam muito na época. Jane Duboc e Claudia Telles (“Fim de Tarde”) cantavam no coro. Todo disco tinha a foto de uma gostosa de biquíni sentada em cima de uma moto. Veja só a deusa que embeleza a capa do Volume 9:
Depois que virou Roupa Nova, o sexteto começou a trabalhar para a Rede Globo, gravando vinhetas e aberturas de programas. Gravou o “Tema da Vitória", composto pelo maestro Eduardo Souto Neto e usado nas vitórias de Ayrton Senna, e o tema do Rock in Rio, tocado até hoje.
Segundo listagem elaborada pelo jornalista Ricardo Schott no jornal “O Dia”, o Roupa Nova já teve músicas incluídas em 32 novelas.
Outra faceta interessante do trabalho do Roupa Nova – e sobre a qual eles não gostam de falar – é o trabalho não creditado em estúdio. Boa parte do rock brasileiro dos anos 80 foi gravado pela banda. Num recente debate de que participei com Lobão, ele disse, sem dar maiores detalhes: “Toda vez que vocês estiverem ouvindo aquela música daquela banda dos anos 80 que vocês amam, lembrem que pode ter sido gravado pelo Roupa Nova!”
P.S.: Hoje, às 22h, participo do “Roda Viva”, na TV Cultura, entrevistando – olha a coincidência – Lobão.
P.S. 2: Estarei fora a manhã toda e impossibilitado de moderar comentários até o início da tarde. Se o seu comentário demorar a ser publicado, peço desculpas e um pouco de paciência.
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