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O MUDHONEY ESTÁ ENTRE NÓS (E FORÇA, TREMENDÃO!)

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Uma semana em que o Mudhoney está no Brasil não pode ser ruim.

A banda tocou ontem em Uberlândia, se apresenta amanhã em São Paulo, e sexta no festival Bananada, em Goiânia.

Hoje, às 19h, no Cine Olido (Av. São João, 473, Centro), será exibido o documentário “I’m Now: The Story of Mudhoney”, seguido de um debate com Mark Arm e Steve Turner, do Mudhoney, Chris Slorah, da banda Metz, e Chris Jacobs, da gravadora Sub Pop. Vou mediar o papo. O ingresso é gratuito e deve ser retirado no local com uma hora de antecedência. Mas chegue cedo: a capacidade é de 236 pessoas.

O filme, dirigido por Ryan Shorte e Adam Pease, é exatamente igual à banda: direto, sem frescura e divertido demais.

As cenas de arquivo, com shows desde 1988, mostram que o Mudhoney sempre foi espetacular em cima de um palco. E várias cenas foram filmadas no Brasil, país que eles adoram.

Essa turnê veio numa hora em que o Mudhoney vive um de seus melhores momentos. Além de ter lançado um disco fabuloso em 2013, “Vanishing Point”, foi tema de um livro ótimo, “Mudhoney: The Sound and the Fury From Seattle”, do jornalista inglês Keith Cameron.

Já escrevi isso antes: o Mudhoney foi “penalizado” por ter uma carreira longa e sem interrupções. Se fossem “espertos”, Mark e Steve teriam dado um tempo depois do fim do grunge e voltado alguns anos depois, ganhando fortunas para tocar em festivais. Mas eles são verdadeiros punks – só mais limpinhos e cultos - e nunca se importaram com isso. Sempre levaram a banda mais como uma ação entre amigos, uma diversão, do que uma carreira.

Quando Cameron perguntou a eles o segredo da longevidade– 26 anos – Mark Arm respondeu: “Not giving a fuck”.

Sabe a velha história do grupo de amigos que monta uma banda por prazer, mas acaba fazendo sucesso e vê os sonhos e amizades destruídos pela dura realidade corporativa e capitalista? Não é o caso do Mudhoney. Eles, de verdade, não poderiam estar se fodendo menos para sucesso, fama e dinheiro. Já recusaram convites de festivais porque o baterista Dan Peters tinha de ficar em casa cuidando das crianças, enquanto a mulher, advogada, trabalhava.

Mark Arm é uma das figuras mais complexas, interessantes e admiradas da cena de música alternativa americana dos últimos 30 anos, mas está perfeitamente feliz excursionando ocasionalmente com o grupo e trabalhando na seção de encomendas da Sub Pop (se você comprar um CD do Mudhoney pelo correio, há uma chance enorme de Mark tê-lo embalado).

Já Steve Turner é um guitarrista extraordinário e um dos maiores especialistas do mundo na história do punk e do rock de garagem, mas continua lançando seus discos solo de folk, lendo quantidades absurdas de livros e colecionando discos raros.

Por quase 30 anos, esses caras fizeram exatamente o que queriam, do jeito que queriam. Isso é ser punk.

P.S.: Muito triste a notícia da morte cerebral de Alexandre Pessoal, filho de Erasmo Carlos. Entrevistei Erasmo recentemente para a revista "Serafina", da Folha de S. Paulo, e ele falou muito da família e de sua adoração por ela. O Tremendão, que já passou por uma fase braba depois do suicídio da esposa, Narinha, disse: "A maior lição que um pai pode dar a um filho é ensiná-lo que o amor é a coisa mais importante da vida." Força pra ele.

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