Em agosto sai meu novo livro, “Pavões Misteriosos: 1974-1983: A Explosão da Música Pop no Brasil” pela editora Três Estrelas, da “Folha de S. Paulo”.
Quem quiser ler um trecho antes do lançamento pode conferir a revista “Piauí” de julho (edição 94), que traz um capítulo sobre a indústria dos covers que proliferou na cena musical brasileira dos anos 1970 e o fenômeno dos falsos gringos – cantores brasileiros que se faziam passar por estrangeiros, como Fábio Júnior (Uncle Jack), Jessé (Christie Burgh) e o mais famoso deles, Morris Albert.
Voltarei a falar do livro quando ele estiver disponível nas lojas. O que posso adiantar é que “Pavões Misteriosos” conta a história de um período pouco abordado pela bibliografia musical brasileira: a explosão da cena pop nacional, em meados dos anos 1970.
Logo após o Milagre Econômico, a indústria do disco se multiplicou no Brasil. O público consumidor tornou-se muito maior e mais jovem. Se, até então, a música romântica havia dominado as paradas, a partir de 1973/74 uma nova geração de artistas se tornaria campeã de vendas: Secos e Molhados, Novos Baianos, Raul Seixas, Guilherme Arantes, Frenéticas, Fagner, Gretchen, Rita Lee, Sidney Magal, Ritchie e muitos outros (todos foram entrevistados – com exceção de Raul, claro – além de dezenas de artistas, produtores e executivos da indústria musical).
“Pavões Misteriosos” conta a história de como a música jovem dominou o Brasil, abrindo caminho para a geração do BRock de Legião Urbana, RPM e Ultraje a Rigor. Entre os temas abordados estão o sucesso dos discos de novela, a popularização das rádios FM, a explosão da discoteca no Brasil, o jabá nas rádios e TV, a "invenção" de astros como Sidney Magal e Gretchen, o fenômeno dos “falsos gringos”, o tsunami Sullivan & Massadas e a descoberta do gigantesco mercado de música infantil, com Xuxa e A Turma do Balão Mágico.
Tento explicar, também, por que tantos discos bons foram lançados na primeira metade da década de 1970, como "Secos e Molhados", "Gita" (Raul Seixas), "Acabou Chorare" (Novos Baianos), "A Tábua de Esmeralda" (Jorge Ben), "Roberto Carlos", "Carlos, Erasmo" (Erasmo Carlos) e tantos outros.
Em 1º de agosto, participo de um debate com um dos principais entrevistados do livro, Guilherme Arantes. Será na Casa Folha, durante a FLIP, em Paraty.
Dia 12 de agosto, estarei no MIS de São Paulo para o debate “Música Para Ler”, junto a três grandes jornalistas/autores: Fábio Massari (“Mondo Massari”, “Malcolm”), Ricardo Alexandre (“Cheguei Bem a Tempo de Ver o Palco Desabar”) e André Forastieri (“O Dia em que o Rock Morreu”). E dia 13, lanço “Pavões Misteriosos” na Livraria Cultura, em São Paulo.
Mais detalhes em breve.
O HORROR, O HORROR
Difícil passar um dia tranqüilo depois de ler essa noticia sobre abuso sexual de um pai contra as próprias filhas.
O cinema, tanto o de ficção quanto o documental, tem tratado do assunto de abuso sexual de menores com bastante freqüência. Mas a historia em Santa Catarina periga ser mais aterrorizante que a de qualquer filme.
Lembro “A Caça”, de Thomas Vinterberg, sobre um professor (Mads Mikkelsen) injustamente acusado de molestar uma aluna de quatro anos. É um grande filme, indicado ao Oscar.
O documentário norte-americano de média-metragem “Child of Rage”, feito para TV, conta uma história tétrica: a de uma menina que foi abusada pelo próprio pai quando tinha menos de dois anos de idade. O filme está disponível na Internet e é uma paulada.
Outro filme difícil de assistir é “Just Melvin, Just Evil”, sobre Melvin Just, patriarca de uma família que é acusado por filhas, sobrinhos e netos de molestá-los.
Mas o caso de Santa Catarina é ainda mais chocante, não só pela violência contra as filhas, mas pela duração do martírio que, segundo as vítimas, vinha ocorrendo há quase 20 anos.
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