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DE PERTO, NENHUM POPSTAR É NORMAL

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novo livro neil strauss fama e loucura animale post 12 DE PERTO, NENHUM POPSTAR É NORMAL

A Best Seller acaba de lançar no Brasil o mais recente livro do jornalista musical americano Neil Strauss (“The New York Times” e “Rolling Stone”). Numa jogada inteligente, a editora mudou o título em inglês – “Everyone Loves You When You're Dead" (em tradução literal, "Todo Mundo Ama Você Quando Você Está Morto") – para algo mais vendável e direto: “Fama e Loucura”. Duas palavras que definem bem os entrevistados.

“Fama e loucura” é uma coletânea de trechos de 228 entrevistas que Strauss fez com artistas como Madonna, Tom Cruise, Snoop Dogg, Bowie, Ozzy, Mike Tyson, Britney Spears e Lady Gaga. Sempre com um pé no “gonzo”, o estilo jornalístico/literário que fez a fama de Hunter S. Thompson, Strauss gosta de compartilhar da insanidade e estranheza de seus entrevistados. Assim, ele dá uma volta de carro com Snoop Dogg para comprar fraldas, vai a uma festa de arromba na mansão de Puffy Combs e compete com o rapper Ludacris para ver quem acerta mais tiros de rifles em garrafas. Divertido demais.

As entrevistas fogem do lugar comum. Strauss é capaz de abrir um papo com o Kraftwerk perguntando como a banda faz para passar todo o equipamento pela alfândega, ou de espezinhar Lenny Kravitz para admitir que chupou riffs de guitarra do Led Zeppelin. Uma conversa com Ike Turner começa assim: “É verdade que você já viu um homem matar 26 pessoas?”.

Autor de biografias pesadas de gente como Motley Crue, Dave Navarro e Marilyn Manson, Strauss ficou mais conhecido nos Estados Unidos por “O Jogo - A Bíblia da Sedução", lançado no Brasil e um best-seller internacional, em que narra suas aventuras numa sociedade secreta de conquistadores profissionais.

Há dois anos, quando “Fama e Loucura” saiu nos Estados Unidos, fiz uma entrevista com Strauss. Aqui vai o papo:

- Você acha que o tipo de relacionamento entre artistas e imprensa mudou muito desde que você começou a trabalhar como crítico musical?

- Sem dúvida. A internet mudou tudo. Antigamente, os artistas não tinham uma via direta para se comunicar com seu público, a não ser a imprensa. E eles faziam de tudo - tudo mesmo - para tentar chegar até o público. Hoje, com Twitter e sites, os artistas já podem se comunicar diretamente com os fãs, e isso mudou totalmente a relação com a mídia. Basicamente, eles não precisam mais de nós.

- E como isso impactou a qualidade da cobertura musical?

Impactou muito. Hoje os artistas têm um maior controle sobre as informações, e isso é péssimo. Prejudica inclusive os fãs. A qualidade da cobertura piorou muito. Hoje, um jornalista tem, quando muito, 20 ou 30 minutos com um artista, e não dá para descobrir muito sobre ele com tão pouco acesso.

- Como você faz?

Eu tento, de alguma forma, estabelecer uma conexão com o artista. Deu certo com Lady Gaga, por exemplo. Eu tinha uma entrevista marcada com ela para depois de um show. Mas ela gostou de nossa conversa e me convidou para voltar no dia seguinte.

- Quem eram seus ídolos na crítica musical?

Gostava muito de Richard Meltzer e Gerard Cosloy. Gostava muito também de Paul Nelson (veterano crítico da "Rolling Stone" que teve um fim trágico, morrendo abandonado e sozinho - aparentemente, de fome - em um muquifo em Nova York). Mas eu sempre gostei muito também de ficção, de autores como John Fante, Jim Carroll, Jerzy Kozinski e Nabokov.

- Seus livros misturam crítica musical e reportagem, você não concorda?

- Sem dúvida. Nunca me vi muito como um crítico, sempre tentei fazer livros ou escrever histórias sobre pessoas interessantes. Para mim, o mais importante é tentar descobrir quem são, no fundo, as pessoas que fazem a música. Quando lancei "Fama e Loucura", fiz um desafio aos leitores de meu blog: se alguém não gostasse do livro, era só mandar a capa pelo correio que eu devolveria o dinheiro. Só dois leitores pediram a grana de volta.

- Outra característica de seus livros é uma predileção por personagens mais "outsiders", como Mötley Crüe, Marilyn Manson etc.

- Sim. Os personagens mais "dark" me parecem os mais interessantes. Uma vez eu estava entrevistando o Prince e ele me disse: "Mas você só gosta do lado escuro! O que há de errado com o lado claro e leve da vida?" E começou uma digressão estranha sobre filosofia e religião, falando da necessidade de purificar o espírito...

- O que é, por si só, uma coisa bem "dark" e sombria, não?

[Rindo] Sem dúvida. Prince não é, exatamente, um raio de sol...

- Em todos esses seus anos entrevistando as pessoas mais diferentes, houve algum artista que realmente te impressionou pela loucura?

- Jerry Lee Lewis, sem dúvida. É um verdadeiro psicopata. Tive a impressão de que ele poderia fazer qualquer coisa a qualquer momento.

- Você esteve no Brasil cobrindo a cena de baile funk, inclusive citou o DJ Marlboro em seu livro.

- Sim, estive no Brasil algumas vezes, entrevistei Caetano Veloso e seu filho Moreno. E conheci também o Karnak, gosto muito da banda e por pouco não incluí trechos da entrevista no livro.

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