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O ÚLTIMO BAD BOY DOS GRAMADOS

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jobson carro instagran jpg 62 O ÚLTIMO BAD BOY DOS GRAMADOS

O que alguém está esperando para fazer uma biografia ou um documentário sobre Jobson?

Quem acompanha o noticiário de futebol certamente já ouviu falar dos problemas e das peripécias do atleta. Revelado pelo Brasiliense, em 2007, o atacante logo se destacou pela habilidade e velocidade, e começou a ser disputado por times grandes do Brasil.

Sete anos depois, Jobson já acumulava passagens por pelo menos dez clubes, incluindo várias pelo Botafogo, que tem sido uma mãe para ele. A cada novo time, os problemas se repetiam: quando não faltava a treinos, o jogador sumia do clube ou se metia em encrencas com meninas de vida fácil. Num dos casos mais estrambólicos, um grupo de raparigas foi à sede do Botafogo cobrar da diretoria a conta que o atleta havia pendurado.

Bem mais graves foram os casos de doping em que se meteu. Na última rodada do Brasileirão de 2009, Jobson teve uma atuação de gala na vitória do Botafogo contra o Palmeiras por 2 a 1, resultado que livrou o time carioca do rebaixamento e eliminou o Palmeiras da Taça Libertadores. Depois, descobriu-se que o atacante havia fumado crack antes do jogo. Suspenso por dois anos, perdeu um contrato com o Cruzeiro, mas viu sua pena ser reduzida para seis meses.

Seguiram-se passagens curtas e conturbadas por Atlético Mineiro, Bahia, Grêmio Barueri (de onde saiu dizendo que não aguentava jogar em “time sem torcida”), Avaí, São Caetano (quando foi preso por supostamente agredir a esposa e, posteriormente, por desacatar policiais em uma blitz de trânsito) e Al-Ittihad, da Arábia Saudita. Todas essas passagens, claro, intercaladas por umas 75 voltas ao Botafogo. Numa delas, foi bem sincero: “Chega de fazer merda!”

Na Arábia Saudita, Jobson começou bem, e suas ótimas atuações lhe valeram um presentinho do time: uma reluzente Ferrari. Mas logo a situação azedou. Depois de se recusar a fazer um exame antidoping, o jogador foi suspenso por quatro anos e teve seu contrato rescindido. Seu advogado acusou o clube saudita de segurar o passaporte de Jobson e chegou a apelar ao Itamaraty para intervir no que considerava a “situação desumana” por que passava o atleta.

Há pouco mais de uma semana, Jobson, reintegrado pela milionésima vez ao elenco do Botafogo, ficaria no banco de reservas na partida contra o Goiás, pelo Brasileirão, quando um telefonema da CBF convenceu o clube carioca a retirá-lo da partida. O Al-Ittihad teria avisado a CBF sobre a suspensão do jogador da Arábia Saudita e o Botafogo, por precaução, preferiu não escalá-lo.

Ninguém acha bonita ou louvável a barafunda que virou a carreira de Jobson ou pode defender as atitudes que ele vem tomando, há anos, contra os clubes que pagam seu salário. Mas que é divertido acompanhar sua saga, isso é. Numa época em que jogadores de futebol viraram santinhos e querem ser vistos como modelos de cidadão, é até reconfortante saber que ainda existem uns bad boys por aí.

Põe o cara pra jogar, Botafogo!

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