Dia 9, Jimmy Page fez 70 anos. Pelos últimos 50, foi um dos músicos, produtores, compositores e arranjadores mais importantes e influentes do pop-rock.
Quem, além dele, compôs tantos riffs clássicos do rock? Hendrix? Richards? Iommi?
Além de músico fora de série, Page é um artista que fez exatamente o que quis, na hora que quis.
Quando o Yardbirds, já uma banda famosa, o convidou para substituir Eric Clapton, ele recusou em solidariedade ao amigo. Page tinha 20 anos.
Difícil imaginar um moleque recusando um convite desses. Mas Page já era um veterano da cena musical inglesa e não tinha pressa para nada (acabou tocando com os Yardbirds pouco depois, com a saída de Paul Samwell-Smith).
Na verdade, Page tinha se aposentado do palco aos 19 anos, depois de penar em várias bandas. Decidiu que seria só músico de estúdio. Era tão bom que produtores o chamavam para gravar partes que os guitarristas não conseguiam ou para sugerir algo que melhorasse a canção.
No livro “Luz e Sombra – Conversas com Jimmy Page” (Globo Livros), o autor Brad Tolinski diz que Page tocou em – acredite – 60% de todas as gravações de rock e pop lançadas na Inglaterra nos primeiros anos da década de 60. A lista é imensa: Kinks, The Who, Stones, Shirley Bassey, Tom Jones, Van Morrison & Them, Petula Clark, Marianne Faithfull, Brenda Lee e incontáveis outros.
Veja aqui uma coletânea de 20 grandes momentos de Jimmy Page como músico de estúdio.
Para celebrar as sete décadas de Jimmy Page, fiz uma seleção de meus cinco momentos prediletos dele. Mas já vou avisando: não sou guitarrista. Se fosse, teria escolhido “Achilles Last Stand”, com sua montanha de 12 ou 13 guitarras, “Since I’ve Been Loving You”, praticamente um solo ininterrupto de sete minutos, ou “Stairway to Heaven”, a Mona Lisa do “air guitar” e parada obrigatória de todo moleque que acha “Smoke on the Water” moleza.
Aqui vão, sem ordem de preferência, meus cinco momentos favoritos de Jimmy Page. Mande os seus...
“No Quarter” (“Houses of the Holy”, 1973) – Um dos melhores discos do Zep, quando eles deixaram – um pouco, claro – de xerocar velhos blues americanos e se arriscaram em experimentos sonoros mais ousados. A guitarra lisérgica de Page, somada à voz de Plant, que parece gravada dentro de um aquário, fazem de “No Quarter” uma música fora da curva na carreira da banda. Quem ouve pela primeira vez não diz que são eles.
“Thank You” (“Led Zeppelin 2”, 1969) – Pra mim, a música mais bonita da carreira do Led Zeppelin. Gosto de tudo: o arranjo, a produção, o começo sussurrado da voz de Plant e os teclados de igreja de John Paul Jones. O solo de Page (a 1:54 na versão de estúdio) é de cortar o coração. Uma balada perfeita.
Led Zeppelin - Thank You (1973) por thevideos no Videolog.tv.
In the Evening (“In Through the Out Door”, 1979) – Só eu gosto de “In Through the Out Door”? Acho o último disco de inéditas do Zep fantástico, um dos melhores da banda. Pra começo de conversa, tem a inacreditável “All of My Love”, tributo de Plant ao filho Karac, de cinco anos, que morreu enquanto o pai estava em turnê. A música tem um solo de sintetizador de Jones que eu choro – quase - toda vez que ouço (será que o estúdio do Abba na Suécia, onde eles gravaram, libertou o popstar que existe em Jones?). E tem “In the Evening”, uma das músicas mais misteriosas e bonitas do Zep, com uma guitarra cheia de efeitos de Page – na época, penando com a heroína - que é um de seus momentos mais brilhantes.
“Rain Song” (“Houses of the Holy”, 1973) – Um dia, George Harrison comentou com o baterista John Bonham que sentia falta de mais baladas no repertório da banda. Page compôs então “Rain Song” em homenagem a Harrison e incluiu as duas primeiras notas de “Something”, clássico de George, na abertura de “Rain Song”. Bonito demais.
Whole Lotta Love (“Led Zeppelin 2”, 1969) – Qual o melhor riff de guitarra de Page? “Kashmir”? “Rock and Roll”? “Black Dog”? “Heartbreaker”? “Communication Breakdown”? “Immigrant Song”? Pode escolher qualquer um. Vou de “Whole Lotta Love”. Pode não ser o melhor, mas é uma desculpa para eu colocar o vídeo abaixo, um dos melhores trechos do filme “A Todo Volume”, em que The Edge e Jack White só faltam babar no tapete ao ver Page tocando a música.
Jimmy Page - Whole Lotta Love (HD) por thevideos no Videolog.tv.
P.S.: Estarei fora por boa parte do dia e impossibilitado de responder comentários até o meio da tarde. Se o seu comentário demorar a ser publicado, peço um pouco de paciência. Obrigado.
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