A pedidos, aqui vai um Top 10 dos melhores discos de pop-rock lançados no Brasil na década de 80. Meus discos prediletos, em ordem cronológica, são:
Rita Lee – Rita Lee (1980)
Se o disco de 1979, também chamado “Rita Lee”, trouxera os hits “Chega Mais”, “Doce Vampiro” e “Mania de Você”, foi o LP de 1980, com “Lança-Perfume”, “Baila Comigo” e “Caso Sério” que sacramentou Rita como nossa maior heroína pop. O produtor Guto Graça Mello há anos tentava afastar Rita da imagem de “rocker”, e conseguiu.
Ritchie – Vôo de Coração (1983)
O disco vendeu mais que Roberto Carlos e que “Thriller”, de Michael Jackson, e este sucesso todo fez muita gente torcer o nariz para Ritchie e esquecer que o LP era uma jóia tecnopop, totalmente sintonizado com a cena de Duran Duran e Human League. É precisos dar crédito a Lauro Salazar, um tecladista brasileiro que vivia na Alemanha e tinha trabalhado com Falco e Alphaville e que gravou todos os teclados de “Vôo de Coração”.
Eduardo Dusek – Cantando no Banheiro (1983)
Junto com Leo Jaime e João Penca e os Miquinhos Amestrados, Eduardo Dusek criou um estilo de rock carioca, juntando rockabilly, doo-wop, ritmos brasileiros e um humor sacana e debochado. Os shows de Dusek e João Penca eram divertidíssimos, assim como seus primeiros discos. Este, com “Rock da Cachorra”, “Cantando no Banheiro” e “Barrados no Baile”, é meu favorito.
Ratos de Porão – Crucificados pelo Sistema (1984)
Disco de estreia do Ratos e o primeiro LP de hardcore de uma banda latino-americana. São 16 faixas que duram menos de 19 minutos, incluindo clássicos do repertório da banda, como “Morrer”, “Agressão/Repressão”, “FMI” e minha favorita, “Que Vergonha!”.
Garotos Podres – Mais Podres do que Nunca (1985)
O disco que me ensinou que era possível fazer punk rock em português. Mesmo com algumas bobajadas antissemitas, era impossível não adorar os Garotos Podres quando cantavam “Vou Fazer Cocô” e “Papai Noel, Filho da Puta”.
Legião Urbana – Legião Urbana (1985)
Tudo bem, o disco inteiro é chupado de The Cure, Joy Division e New Order, mas pelo menos as referências são ótimas, assim como as letras de Renato Russo. O primeiro disco da Legião é puro pós-punk. E acredite: parecia completamente inovador em 1985 – e continua muito bom.
Ultraje a Rigor – Nós Vamos Invadir Sua Praia (1985)
Da primeira (“Nós Vamos Invadir Sua Praia”) à décima-primeira faixa (“Independente Futebol Clube”), o LP de estreia do Ultraje só tem hits radiofônicos, incluindo “Rebelde Sem Causa”, “Mim Quer Tocar”, “Marylou”, “Ciúme” e, claro, o hino “Inútil”. Fui ao show de lançamento do disco, no Canecão, e foi apoteótico.
Camisa de Vênus – Viva (1986)
Entre as bandas mais populares do rock brasileiro dos anos 80, ninguém fazia um show tão bom quanto o do Camisa. Os baianos faziam o espetáculo mais sujo, radical e tô-pouco-me-fodendo do rock brasileiro. Esse disco, gravado ao vivo em Santos, em março de 1986, é prova disso.
Patife Band – Corredor Polonês (1987)
O melhor disco do pós-punk brazuca, cortesia de Paulo Barnabé, irmão de Arrigo. Até então, a Vanguarda Paulistana tinha feito discos mais interessantes do que, propriamente, bons. “Corredor Polonês” foi o balanço perfeito de experimentalismo sonoro e acessibilidade. Que não tenha sido um sucesso só prova a pobreza de nosso público e de nossas rádios.
Ira! – Psicoacústica (1988)
Claro, gostei muito dos dois primeiros LPs do Ira! – “Mudança de Comportamento” (1985) e “Vivendo e Não Aprendendo” (1986) - mas meu predileto sempre foi “Psicoacústica”, o mais eclético e experimental da banda, quando Nasi e Edgard abraçaram o pós-punk e ampliaram os horizontes musicais do Ira!. E será que existiu, no rock nacional, uma música melhor que “Pegue Essa Arma”? Difícil.
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