Image may be NSFW.
Clik here to view.
O senador Romário (PSB-RJ) conseguiu aprovar a CPI da CBF (leia mais aqui, na coluna de meu colega de R7, Cosme Rimoli).
O mais importante, no entanto, foi a declaração do senador de que as investigações não vão se restringir à Confederação Brasileira de Futebol. Disse Romário ao UOL: “O objetivo maior da CPI é moralizar o futebol brasileiro como um todo. A CPI, aliás, vai chamar-se CPI do Futebol e não CPI da CBF. (...) Vamos investigar as 27 federações, os clubes, tudo. Quero repaginar de uma vez por todas o futebol brasileiro. Quero que seja exposto tudo o que é verdade e inverdade sobre o futebol.”
Se Romário contar apenas com seus colegas de Brasília, vai levar de goleada. Porque CPI virou sinônimo de pizza. Basta ver o circo em que se transformou a CPI do Petrolão.
Para que as investigações andem, é fundamental envolver Ministério Público, Polícia Federal e Receita Federal. Só uma Operação Lava-Bola é capaz de nos dar alguma esperança.
O ponto de partida, claro, deve ser a CBF, essa entidade sombria e privada que controla, há tantos anos, nosso futebol, sempre com a benevolência de governos diversos.
As suspeitas são muitas: corrupção, superfaturamento de contratos, favorecimento a empresas “amigas”, uso da seleção brasileira como moeda de troca (leia aqui impressionante reportagem do “Estadão” sobre o tema), desvio de verbas de publicidade, etc. Um mar de lama.
E já que Romário garante que a investigação não vai ficar só na CBF, que tal partir depois para uma devassa nas contas das federações estaduais de futebol?
Isso seria fundamental para exterminar décadas de gestões fraudulentas, corruptas e incompetentes e levantar nossos campeonatos estaduais, que dão prejuízo para todo mundo, menos para as federações. Uma federação que Romário conhece bem – a do Estado do Rio de Janeiro, hoje chefiada por um personagem conhecido por Rubinho – seria um ótimo ponto de partida.
O passo seguinte seria de elefante: uma investigação profunda sobre a Copa de 2014. Temos o direito de saber detalhes de cada estádio superfaturado, de cada obra inacabada, de cada centavo desviado ou gasto de maneira irresponsável.
É preciso apontar culpados para os elefantes brancos bilionários que erguemos em Brasília, Manaus, Natal e Cuiabá. Quem responde por eles?
Também seria bom, agora que o FBI põe em dúvida o contrato de patrocínio da Nike com a CBF, saber por que as duas CPIs que investigaram o ex-chefão da CBF, Ricardo Teixeira – a CPI da Nike e a CPI do Futebol – acabaram em pizza, deixando Teixeira livre para continuar recebendo tapinhas nas costas e afagos do governo.
Só lembrando que o relator da CPI da Nike foi o hoje Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, que em 2014 era Ministro do Esporte e passou a Copa toda garantindo que tudo foi feito dentro das regras e que o Brasil não teria nenhum elefante branco após o evento.
Bom fim de semana a todos.
P.S.: Estarei fora até o meio da tarde e impossibilitado de moderar comentários. Se o seu comentário demorar a ser publicado, peço desculpas e um pouco de paciência.
The post CPI da CBF: a jogada mais importante de Romário appeared first on Andre Barcinski.