Em 9 de fevereiro de 1974, a TV sueca transmitiu a final do Melodifestivalen, um concurso para escolher o representante do país no famoso festival Eurovision. Dez músicas foram selecionadas. Lena Ericsson cantou “Em Enda Jord”, Göran Fistorp apresentou “Jag Minns Dej Nog” e Titti Sjöblom arrasou com “Fröken Ur Sång”. Mas o vencedor foi o quarteto ABBA com “Waterloo”, uma canção dançante e festeira com uma letra bizarra, que comparava um amor não-correspondido à histórica derrota de Napoleão, em 1815.
Dois meses depois, “Waterloo” venceu o festival Eurovision, e o ABBA se tornou um fenômeno europeu. Em 1982, quando o grupo se separou, havia vendido cerca de 180 milhões de discos em todo o mundo. Veja aqui a apresentação do ABBA no Eurovision:
ABBA - Waterloo Swedish Abba at Eurovision Song Contest 1974 when they won por thevideos no Videolog.tv.
O Melodifestivalen marca o verdadeiro nascimento do fenômeno ABBA. Mas os quatro integrantes - Agnetha Fältskog, Björn Ulvaeus, Benny Andersson e Anni-Frid Lyngstad - já eram popstars na Suécia desde os anos 60, veteranos da cena de bailes e festas dançantes.
Benny e Bjorn tocavam em bandas que imitavam os Beatles e começaram a trabalhar juntos em 1966. Agnetha já era profissional aos 17 anos, cantando folk. E Anni-Frid, órfã de uma adolescente norueguesa que engravidou de um soldado nazista durante a ocupação alemã à Noruega, cantava profissionalmente com uma big band desde os 16.
Bjorn e Agnetha viraram um casal. Benny e Anni-Frid logo fizeram o mesmo. Os homens lançaram discos acompanhados pelas esposas no coral e venderam muito na Suécia. Em 1973, lançaram um concurso na TV para escolher um nome para o grupo. Por pouco não se chamaram BABA.
Benny e Bjorn eram obsessivos e perfeccionistas no estúdio. Compunham apenas 12 músicas por ano e trabalhavam nelas até ter extirpado tudo que consideravam excessivo e supérfluo. O objetivo era criar músicas pop perfeitas. Em 1977, inauguraram em Estocolmo o Polar, um dos estúdios mais modernos da Europa. Led Zeppelin, Roxy Music, Genesis e Beastie Boys gravaram lá.
O processo de composição do ABBA não tinha nada de espontâneo. Muitas vezes, os títulos das canções eram sugeridos pelo produtor e dono da gravadora do grupo, Stig Anderson, como nos casos de “S.O.S.” e “Mamma Mia”. O fato de Benny e Bjorn não falarem inglês fluente (até pelo menos 1977 ou 78) colaborou para que as músicas soassem muito simples e fossem compreendidas em todo o mundo.
Do meio para o fim dos anos 70, duas coisas aconteceram: em primeiro lugar, a explosão da discoteca aumentou ainda mais as vendas do ABBA, especialmente depois do hit “Dancing Queen” (1976). E os romances de Bjorn/Agnetha e Benny/Anni-Frid começaram a ruir, refletindo em músicas mais sombrias e tristes como “If It Wasn’t for the Nights” (1979) e “The Winner Takes It All” (1980).
É uma pena que muitos ainda vejam o ABBA como uma velharia da época disco e não reconheçam a genialidade pop de suas canções. “S.O.S”, “Money Money Money”, “Knowing Me, Knowking You”, “Super Trouper” e o refrão arrepiante de “Fernando” orgulhariam Brian Wilson, Stevie Wonder, Phil Spector e qualquer outro artesão do pop.
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