Não adianta reclamar da estupidez dos dirigentes de nosso futebol. A cada reclamação, eles contra-atacam com mais insensatez e decisões estapafúrdias. Estou convencido de que há um complô para acabar com o futebol brasileiro.
A última pérola de sabedoria aconteceu no Fla x Flu de sábado. Os ingressos mais baratos custavam 100 reais. Os mais caros, 300. E detalhe: quem decidiu o preço foi o Flamengo, mandante da partida, um clube que sempre se orgulhou de suas origens “populares”.
O resultado foi o esperado: um público ridículo, pouco mais de 15 mil pagantes. A torcida presente protestou com uma faixa reclamando do “preço abusivo”, mas não vai adiantar nada. Ninguém ouve o torcedor.
Eu gostaria muito de ter ido ao jogo, mas com mulher e dois filhos pequenos (que pagam meia), não tenho 300 reais para gastar com ingressos. Some a isso o transporte, estacionamento, um biscoito Globo e uns mates, e a conta para ver um Fla x Flu chega fácil a 400 ou 500 reais. Mais barato ir ao Municipal.
O pay-per-view do campeonato carioca custa uma fábula. Pagamos caro para ver jogos em Moça Bonita, num gramado que mais parece o campo de batalha da Normandia. Na relação custo-benefício, é o pay-per-view mais caro do mundo. Impossível existir um espetáculo tão vagabundo e tão caro. Não é à toa que, apesar do crescimento da TV a cabo no país, os números do pay-per-view futebolístico estão estagnados há dois anos.
Parece que não basta terem destruído o Maracanã, agora querem acabar com os torcedores também. Vi o Fla x Flu pela TV e era difícil achar um negro nas cadeiras. No lugar de bandeiras, cartazes para atrair as câmeras de TV. O Maracanã virou cenário de Instagram. Tá tudo muito chato.
P.S.: Estarei sem acesso à Internet por boa parte do dia e só poderei moderar comentários no fim da tarde. Se o seu comentário demorar a ser publicado, peço um pouco de paciência. Obrigado.
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