A morte cerebral do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, foi uma tragédia, mas ninguém pode dizer que foi inesperada. Desde o início da onda de protestos de rua, em junho do ano passado, foram registrados 117 casos de violência contra profissionais de imprensa.
Os protestos já tiveram carros de emissoras incendiados, jornalistas agredidos por manifestas e policiais, e até profissionais como Caco Barcellos, da TV Globo, conhecido por reportagens contundentes contra violência policial, sendo impedido de trabalhar por manifestantes.
O perigo agora é a morte de Santiago ser usada de arma de propaganda. Seria abominável utilizar uma tragédia dessas para tentar guiar a opinião pública em certa direção.
A morte do jornalista precisa ser investigada e o responsável, punido exemplarmente, assim como policiais que cometem excessos também devem ser punidos.
O crime não pode dar a ninguém o direito de generalizar os manifestantes como baderneiros, assim como a morte de um manifestante pela polícia, caso ocorra – e pelo andar da carruagem, não deve demorar – não deve ser usada para condenar a polícia como um todo.
Nessas horas de clamor popular, é tentador escapar pela saída mais fácil, que é a do populismo.
Os responsáveis pela morte de Santiago são criminosos e não representam a totalidade dos manifestantes. Pelo contrário: é a presença de pessoas assim que tem esvaziado os protestos. Que a polícia e a Justiça cumpram o seu papel e resolvam logo o caso. Que as autoridades garantam a segurança dos profissionais da imprensa que estão ali para noticiar os fatos. E que a memória de Santiago não seja usada de maneira torpe.
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