The Rainmaker por thevideos no Videolog.tv.
O Telecine Cult exibe hoje, às 19h30, “O Homem que Fazia Chover”, de Francis Ford Coppola. Está longe de ser o melhor filme do diretor, mas vale a pena ser visto. É um daqueles projetos ambiciosos e impessoais, em que um grande cineasta empresta seu nome e talento para um estúdio. Uma rara ocasião em que Coppola foi diretor de aluguel.
O filme é adaptado de um best-seller de John Grisham. E se você leu um livro de Grisham, leu todos: as histórias sempre envolvem um advogado de uma pequena firma às voltas com falcatruas perpetradas por megacorporações. Davi e Golias num tribunal.
Aqui, Matt Damon faz o advogado novato que enfrenta uma poderosa companhia de seguros, Jon Voight interpreta o maquiavélico e desonesto advogado da tal firma, Mickey Rourke e Danny De Vito fazem dois trambiqueiros que ajudam o personagem de Damon, e Claire Danes é uma cliente por quem Damon se apaixona.
O filme foi oferecido a Coppola pela Paramount, numa época em que o diretor estava na pior. Por 20 anos, desde a explosão de “O Poderoso Chefão”, em 1972, Coppola fez, basicamente, o que quis. Gastou fortunas – dele e dos outros – em sucessos como “O Poderoso Chefão” e em fracassos como “O Fundo do Coração” e “Tucker – O Homem e seu Sonho”.
No início dos anos 90, Coppola fez dois filmes de sucesso, a terceira parte de “Chefão” e “Drácula”, mas depois cometeu “Jack”, uma comédia estúpida com Robin Williams, certamente o ponto mais baixo de sua carreira como diretor. Assim, quando o estúdio lhe ofereceu a chance de adaptar um livro de Grisham, ele topou na hora. Grisham era a bola da vez em Hollywood e todo livro já saía vendido para o cinema.
“O Homem que Fazia Chover” foi um fracasso de público. De dez livros de Grisham adaptados para as telas, foi só o sétimo colocado em bilheteria (o campeão é “A Firma”, que Sidney Pollack filmou em 1993), mas foi muito bem recebido pela crítica. É um filme de tribunal muito acima da média, com bons personagens - especialmente Danny De Vito - e um clímax empolgante.
Curioso perceber como as adaptações de livros de Grisham dirigidas por cineastas de qualidade, como o citado Pollack e Alan J. Pakula (“O Dossiê Pelicano”, 1993), são superiores às filmadas por outros não tão talentosos, como Joel Schumacher (“O Cliente” e “Tempo de Matar”). O que mostra que histórias parecidas podem render filmes melhores ou piores, nas mãos de fulano ou beltrano.
P.S.: O texto acima não poderia ser adiado, por causa da exibição do filme na TV. Amanhã publico um texto sobre Bob Casale e o Devo.
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