Na música pop, hoje, o “sexo frágil” é o masculino. Faz tempo que as mulheres dominam as paradas e são as maiores estrelas da música. Estão aí Beyoncé, Lady Gaga, Taylor Swift, Katy Perry, Lorde, Christina Aguilera, Rihanna, Shakira e Madonna para não deixar dúvidas.
A discussão sobre “o papel das mulheres na cultura pop” é tão anacrônica quanto preconceituosa. Elas não têm “um papel” dentro da cultura pop, elas são a cultura pop.
Na última cerimônia do Oscar, a vencedora do prêmio de melhor atriz, Cate Blanchett, fez um discurso irônico, em que citava um certo preconceito da indústria contra filmes “para mulheres” e pedia a Hollywood para “crescer” e reconhecer o potencial econômico de filmes dirigidos a mulheres.
Talvez Blanchett não conheça as pesquisas de mercado que mostram que, nos últimos anos, mulheres compraram a maioria dos ingressos de cinema. Nos Estados Unidos, em 2010, elas foram responsáveis por 51% dos ingressos vendidos no país.
Por outro lado, Blanchett tem razão ao reclamar do pequeno número de bons papéis para mulheres, em comparação com os homens. Uma pesquisa de 2009 mostrou que, dos 100 filmes mais rentáveis do ano, menos de um terço dos personagens eram mulheres.
A pesquisa trouxe outros dados interessantes: em filmes dirigidos por mulheres, as personagens femininas representavam quase metade do total do filme; já em produções dirigidas por homens, esse número caia para cerca de 30%. Atrizes em filmes têm cinco vezes mais chance de aparecer em roupas provocantes do que homens.
Hollywood ainda é sexista: homens dominam os cargos mais poderosos da indústria, e isso reflete nos filmes feitos. Mas O Oscar de melhor diretora para Kathryn Bigelow por “Guerra ao Terror” foi um marco, que ajudou a chamar a para um número impressionante: de cada seis filmes lançados por Hollywood, apenas um é dirigido por mulheres. Que isso mude rapidamente.
The post Dia Internacional da Mulher appeared first on Andre Barcinski.