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ACREDITE: UM ÓTIMO FILME SOBRE…BEISEBOL

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Nunca consegui gostar de beisebol.  O jogo é lento, demorado, tedioso, com “atletas” gordos e que passam mais tempo mascando tabaco e cuspindo no chão do que tentando acertar a bolinha.

Outros fatores que me desmotivam a acompanhar o esporte são a obsessão dos fãs por estatísticas e o aspecto individualista do beisebol. Nenhum esporte espelha tanto o sonho americano de ascensão individual. Os jogadores são avaliados constantemente por seu desempenho, não importando o resultado do time.

Um clube pode estar em último lugar na classificação, mas se um jogador está acertando um percentual alto de tacadas ou se um arremessador tem um bom índice de acertos, serão elogiados, e os fãs vão ao estádio só para ver esses jogadores. O triunfo individual torna-se mais importante que a vitória.

Mesmo não gostando de beisebol, não posso negar que adoro alguns filmes sobre o esporte. “Campo dos Sonhos”, com Kevin Costner, é muito bom, assim como “Eight Men Out” (1988), de John Sayles, sobre o escândalo envolvendo jogadores do Chicago White Sox, que em 1919 receberam uma grana de apostadores para entregar a final do campeonato.

Um filme recente e muito bom sobre beisebol é o documentário “Bola com Efeito”, que o Maxprime exibe na madrugada de hoje para amanhã, à 1h45 (veja horários alternativos aqui).

O personagem principal do filme não é nenhum jogador, mas uma jogada em particular: o “knuckleball”, um arremesso antiquado e usado por pouquíssimos “pitchers” (“arremessadores”) atuais.

“Knuckle” quer dizer “nós dos dedos”, ou “articulação”. No “knuckleball”, a bola é lançada com as pontas dos dedos indicador e médio, e a última parte da mão a ter contato com a bola são as unhas. Na verdade, são as unhas que “controlam” o arremesso.

O “knuckleball” é considerado uma aberração. Para entender melhor o quão estranho e inusitado é o arremesso, basta dizer que, em 2011, ano da gravação do documentário, apenas dois arremessadores profissionais nos Estados Unidos conseguiam executar a jogada: Tim Wakefield, do Boston Red Sox, e R.A. Dickey, do New York Mets.

Assim como o futebol, o tênis, e praticamente todos os esportes, o beisebol também passa por uma fase em que jogadores dependem cada vez mais da força bruta. Não é incomum arremessadores lançarem bolas a 150 ou 160 km por hora. Mas o “knuckleball” nunca passa de 100 km por hora, e os arremessos mais lentos não chegam a 75 km por hora, o que equivale à velocidade do lançamento de um adolescente.

O que torna o “knuckleball” único – e difícil de rebater – é o fato de a bola sair da mão do arremessador sem “spin”, ou seja, sem girar. Durante o trajeto de pouco mais de 18 metros que separam o arremessador do rebatedor, a bola pode fazer diversas curvas, inclusive espirais.

Para um rebatedor, nada é mais frustrante que errar um “knuckleball”. No filme, alguns dos melhores rebatedores da liga, como Derek Jeter, do New York Yankees, dão depoimentos sobre a dificuldade de acertar uma bola que vem, literalmente, “dançando” no ar. Há uma cena que mostra um arremesso de Tim Wakefield em que a bola chega próxima a Jeter, que solta o braço para rebatê-la. De repente, a bola despenca quase um metro, e Jeter só acerta o ar. Uma humilhação.

Os “knuckleballers”, como são chamados os especialistas no arremesso, formam uma espécie de confraria, em que jogadores veteranos, já aposentados, dão dicas aos mais jovens e tentam ajudá-los a aprimorar sua técnica.

Mesmo que você não entenda nada de beisebol, vale a pena ver o filme, só pelas histórias de vida dos personagens. A saga de R.A. Dickey, por exemplo, parece obra de ficção: estrela do beisebol universitário, foi cortado de times profissionais quando descobriu que tinha uma má formação no cotovelo. Impossibilitado de arremessar com força, acabou desenvolvendo a técnica do “knuckleball”, mas demorou a se firmar no esporte, passando por 35 times em 15 anos.

É uma pena que o filme termine em 2011, porque, no ano seguinte, Dickey destruiu: foi o arremessador mais dominante da liga e o primeiro “knuckleballer” da história do beisebol a ganhar o troféu Cy Young, dado anualmente ao melhor arremessador do campeonato.

P.S.: Estarei sem acesso à internet até o início da tarde e, portanto impossibilitado de moderar os comentários. Se o seu comentário demorar a ser publicado, peço um pouco de paciência. Obrigado.

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