A programação de domingo no Lollapalooza é bem melhor que a do sábado, inclusive com conflito de horários em shows muito aguardados, como os de Arcade Fire e New Order.
Aqui vai o roteiro que eu faria no domingo...
12h30 – Ilya Kuriaki and the Valderramas – Nunca vi ao vivo, mas periga ser bem divertido. Este duo é uma espécie de Deee-Lite da Argentina, fazendo um pop dançante e satírico. Pode ser uma boa escolha para começar a tarde.
13h30 – Raimundos – Eles não vão fazer nada de novo ou mudar de estilo, mas o punk rock ramônico dos Raimundos é garantia de diversão e costuma funcionar bem ao vivo.
14h20 – Ache um lugar próximo ao palco para ver Johnny Marr. O show é 50% nostalgia, com clássicos dos Smiths, e 50% novidade, com músicas do ótimo “The Messenger”, primeiro disco solo de Marr. E ouvir “Bigmouth Strikes Again” tocado por ele é de arrepiar.
15h – Evite Ellie Goulding, pro seu próprio bem. Eu iria ao palco eletrônico conferir o rap do Cone Crew Diretoria.
16h – Corra pra ver as Savages. Esse quarteto feminino de Londres faz uma versão moderna da sonoridade sombria do pós-punk de Siouxsie, Fall, Gang of Four e do início do The Cure. São excelentes instrumentistas e, no palco, têm uma presença sexy e marcante. É “o” show imperdível do Lollapalooza. Vejam só que coisa linda...
Savages - Shut Up (Live) por thevideos no Videolog.tv.
17h30 – Sugiro passar em frente ao palco do Vampire Weekend, só pra comparar com as Savages. Não vou dizer mais nada. Depois, rume ao show do Pixies e confirme, pela enésima vez, como uma banda de discos tão bons pode fazer um show tão ruim.
19h – Duas boas atrações: para quem gosta de um som mais pesado, não dá pra perder o Soundgarden, com seu grunge lento à Black Sabbath. E para quem prefere algo mais tranqüilo, vale conferir Jake Bugg, um moleque que toca blues muito bem com um power trio de responsa, e só enche a paciência quando se mete a Dylan e canta solo. Mas sempre dá pra aproveitar essas horas e ir ao banheiro ou pegar uma bebida.
20h30 – Ai, meu santo protetor dos indies! O que assistir, painho, Arcade Fire ou New Order? Pra começo de conversa, saiba que o show do AF não é mais aquela coisa despojada e simples de 2005, mas um espetáculo grande, com figurinos, efeitos visuais e uma banda de apoio numerosa, com violinistas, percussionistas e metais. É a E Street Band de Win Butler. Os arranjos também mudaram, e as músicas de “Funeral” não soam mais tão cruas, com saxofones apitando pra todo lado. Por outro lado, o New Order parece o pessoal da firma levando um som. O frontman é Bernard Sumner, que nunca levou jeito em cima de um palco. Mas o repertório é matador.
Resumindo: se o Arcade Fire é a banda da sua vida, vá sem medo. Se não é, você periga se divertir mais ouvindo “Bizarre Love Triangle”.
Bom festival a todos.
Sábado e domingo, participo, com vários colegas aqui do R7, de um liveblog do Lollapalooza. Começa às 18h. Esperamos todos vocês.
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